Uma nova colectividade pertencente às Forças Armadas de Defesa Moçambique (FADM) vai lutar, na presente temporada, para ascender ao Moçambola, edição 2015. Trata-se do Clube de Desportos Sargentos de Boane, da província de Maputo.
Há quem diga que não se trata, necessariamente, de uma nova colectividade. Que a mesma já disputava torneios entre os militares. Todavia não deixa de ser verdade que se vai estrear na segunda divisão futebolística do país, com vista o apuramento ao Moçambola.
Trata-se do Clube de Desportos Sargentos de Boane, pertencente à Escola de Formação de Sargentos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no distrito com o mesmo, província de Maputo.
O clube, que pelo ou menos dispõe de um campo de futebol e uma infra-estrutura própria para albergar os seus jogadores e os respectivos estágios, curiosamente a mesma que era utilizada pelo Matchedje de Maputo na Escola de Sargentos de Boane, inscreveu-se na Associação de Futebol da Província de Maputo (AFPM) de modo a disputar o “provincial” que vai arrancar já no próximo mês de Fevereiro.
“Está a ser seguida toda a burocracia necessária para tramitar o processo de inscrição dos ‘Sargentos’. Mas é um facto que vai competir e estamos felizes porque, tratando-se de um novo clube, haverá maior competitividade no campeonato”, revelou Vasco Manguele, secretário-geral da AFPM.
“Isto é produto do divisionismo no seio do Matchedje”
Uma fonte anónima, mas que pertenceu, no passado, a direcção do Clube de Desportos Matchedje de Maputo, disse ao @Verdade que o surgimento do “Sargentos de Boane” se deve ao descontentamento de alguns militares, sobretudo daquela escola militar, pela forma como foi e está a ser gerido o Matchedje, despromovido do escalão principal do futebol moçambicano na temporada finda.
“O clube está entregue. Veja a campanha que fez no ano passado e o número de treinadores que contratou mas sem sucesso. Foi por isso que nós decidimos criar este emblema para mostrar que os militares são uma potência do futebol moçambicano. Queremos recuperar a nossa mística”, disse.
Contudo, uma fonte da direcção do Matchedje distanciou-se da polémica questionando, portanto, a existência de uma lei que proíba a criação de mais de um clube por uma determinada entidade. “Os militares são tradicionalmente desportistas, assim como os Caminhos de Ferro de Moçambique e a Autoridade Tributária. Até onde sei, só no Moçambola deste ano teremos cinco Ferroviários, sem contar com as dezenas que andam por ai nos ‘provinciais’. Vocês não questionam porquê?”, completou.