Um cidadão de ascendência hindu, identificado pelo nome de Subshash Chandra, foi raptado por cinco indivíduos desconhecidos munidos de uma arma de fogo do tipo AKM, que se faziam transportar numa viatura de marca não apurada, nesta terça-feira (15), no bairro de Sommerschild, um dos bairros mais nobres na capital moçambicana. Este que é o terceiro rapto em menos de uma semana aconteceu a poucos metros da embaixada norte-americana, um local fortemente vigiado, a poucos quarteirões da sede da "polícia secreta" moçambicana, o SISE, e também a meia dúzia de quarteirões da Presidência da República de Moçambique.
Segundo testemunhas, a vítima – retirada à força do carro no qual se fazia transportar com o seu filho – é proprietária de uma farmácia que não nos foi revelada, em Maputo. Subshash Chandra foi sequestrado por volta das 17h00, no portão da sua casa, onde os malfeitores, tranquilamente, numa zona cujas casas são vigiadas, dispararam para o ar.
Depois de uma pausa observada entre a primeira semana de Dezembro passado e a primeira de Janeiro em curso, os malfeitores, como se estivessem de férias laborais, voltam a intensificar os sequestros.
Subshash Chandra foi a terceira vítima em menos de uma semana, porém, informações não confirmadas dão conta de que ainda nesta terça-feira, outro cidadão teria sido sequestrado em Maputo.
Na última sexta-feira (10), um cidadão, também de ascendência hindu, identificado por Kishoor Chootalal, dono da "Casa Pandia", destinada à venda de capulanas, foi raptado por indivíduos desconhecidos munidos de armas de fogo, na Avenida Filipe Samuel Magaia, próximo do Hotel Moçambicano, em Maputo, num sítio movimentado. À semelhança do que aconteceu na Sommerschild, os meliantes dispararam e feriram o motorista da vítima ora em parte incerta.
Já no domingo (12), quatro indivíduos até aqui não identificados sequestraram, numa manhã, um cidadão que dá pelo nome de Nasser Momad, no bairro Bunhiça, no município da Matola. Testemunhas contaram a um jornal da praça que um dos integrados do bando é um agente da Polícia afecto à 5ª esquadra naquela autarquia, o que endossa a ideia de que aqueles que, por obrigação, deviam garantir a segurança dos cidadãos e bens estão envolvidos em malefícios, em particular raptos.
Os malfeitores parecem não ter ficado intimidados com a revisão pontual do Código Penal, realizada pelo Parlamento em Dezembro de 2013, que actualizou o crime de raptos para uma moldura penal de 20 a 24 anos de prisão.