A chuva que assola o país desde Outubro último já inundou mais de dois mil hectares de culturas diversas, dos quais 2.000 na vila de Búzi, província de Sofala, 152 nos distritos de Vilanculos e Mabote, em Inhambane, 17 na cidade de Maputo e 365 na província de Maputo.
Trata-se de 1781 hectares de milho, 373 de arroz, 90 hectares de hortícolas e um número não quantificado de cana-de-açúcar, abóbora, batata-doce, feijão-nhemba, quiabo, papaieiras, entre outras. Esta situação poderá contribuir para o surgimento de bolsas de fome, uma vez que a maior parte da produção afectada é considerada perdida.
O director nacional do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), João Ribeiro fez saber que, para além da perda de culturas alimentares, está interrompida a circulação de bens e pessoas na estrada que dá acesso à vila-sede do distrito de Búzi, do lado da zona de Guara-Guara, sendo que a travessia é assegurada por embarcações.
Segundo Ribeiro, naquele distrito, entre os dias 28 e 30 de Janeiro último, 1.426 habitações ficaram inundadas, das quais 72 destruídas parcial e totalmente, 7.817 pessoas foram afectadas, das quais 3.800 são apenas da vila do Búzi. Destas, 439 encontram-se nos seis centros de acomodação existentes. Por visa disso, serão, nos próximos dias, alocadas tendas para as famílias acomodadas nas escolas para permitir que o ano lectivo inicie na data prevista.
Entretanto, apesar disso, Ribeiro garante que “não há razões para prestar assistência alimentar e sanitária aos viajantes, porque foi criada uma brigada e alocadas embarcações para evacuação de pessoas, transporte de mercadorias para o abastecimento dos mercados, nos locais onde as estradas estão cortadas”, concluiu João Ribeiro.