Em cada 100 acidentes de viação que acontecem no território moçambicano há 22 crianças entre as vítimas que, além de traumas, na pior das hipóteses morrem no local, a caminho de uma unidade sanitária ou mesmo na cama de uma enfermaria. Quem o diz é Alexandre Nhapossa, presidente da Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO).
Segundo aquela agremiação, que na quinta-feira (06) manifestou publicamente a sua preocupação, ainda não há dados sobre os acidentes rodoviários que ocorreram em 2013. Contudo, em 2011, morreram 1.600 pessoas vítimas da mesma desgraça, tendo, em 2012, o número baixado ligeiramente para 1523 óbitos.
Alguns sinistros que semanalmente causam luto e dor nas famílias e derrame de sangue nas estradas, de acordo com Alexandre Nhapossa, ocorrem nas proximidades dos estabelecimentos de ensino, onde, regra geral, não existem lombas que possam fazer com que os automobilistas que conduzem a uma velocidade excessiva abrandem a marcha quando chegam a esses locais.
Apesar de não avançar números, Alexandre Nhapossa considerou que o número de mortes por causa dos acidentes de viação tende a aumentar. Ele lamentou e condenou ainda o comportamento de certos condutores que quando se envolvem em acidentes depois fogem e abandonam as vítimas.
Aliás, o responsável da AMVIRO queixou-se, sobretudo, da atitude indecente de alguns motoristas dos transportes escolares que tendem a matar com as suas viaturas devido à inobservância das regras de trânsito. Em caso de acidentes, os visados – dos quais alguns não têm seguros nem documentação completa para a actividade que desenvolvem – costumam encaminhar as vítimas para as clínicas privadas como forma de evitar serem responsabilizados pela Polícia.