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Cláudia Sumaia desapontou no Campeonato Africano de Ténis de sub-20

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A tenista moçambicana Cláudia Sumaia participou entre os dias 23 e 27 de Março no Campeonato Africano de Ténis, da categoria de juniores, que decorreu na cidade de Nairobi, no Quénia. A nossa representante terminou na penosa 18ª posição da tabela classificativa geral.

A grande vencedora do Open de Moçambique em femininos, uma competição internacional que teve lugar no Jardim Tunduru em Fevereiro último, Cláudia Sumaia, claudicou no “Africano” de juniores ao ser eliminada ainda na primeira ronda. Ouvida pelo @Verdade, aquela tenista apontou o piso de terra batida que encontrou em Nairobi, bem como a falta de treinador, como as principais razões do insucesso naquela prova.

De forma faseada e didáctica – de modo que se possa perceber, com detalhes, o que realmente pesou para o fracasso daquela menina de 16 anos – Sumaia explicou que a fase de preparação para o Campeonato Africano teve lugar na cidade de Maputo, concretamente no court do Jardim Tunduru, onde o piso é duro e que, pela sua característica, permite um jogo mais rápido, sendo que os ressaltos baixos fazem com que as jogadas sejam curtas, mas poderosas.

Em Nairobi, Sumaia encontrou um piso completamente diferente do que esperava, que era de saibro, ou seja, de terra batida. Este tipo de quadra, geralmente, torna o jogo de ténis um pouco mais lento, em que as bolas saltam para um nível relativamente alto, mas lentamente, tornando muito difícil a um jogador acertar no tiro de um adversário.

“Lutei bastante. Na verdade, eu competia comigo mesma para conseguir enfrentar as minhas adversárias. Não estava habituada àquele tipo de chão que, para mim, estava muito escorregadio. As sapatilhas que eu trazia de Moçambique eram ajustadas ao piso duro”, explicou Cláudia.

Quando lhe perguntámos se realmente não tinha informações acerca do tipo de quadra que ia encontrar em Nairobi, aquela tenista esclareceu que, “antes do campeonato, a 23 de Março, houve um torneio de preparação para ambientar os participantes ao saibro. A organização fez isso porque sabia que a maior parte dos atletas estava habituada a um piso duro, até porque não fomos previamente informados disso, o que colheu muitos de surpresa”.

Cláudia Sumaia viajou sem o treinador

Mergulhada num mar de queixumes, diga-se, Cláudia Sumaia deu a conhecer, por outro lado, que foi àquela competição continental sem o treinador, ou seja, manifestamente desamparada.

“Durante a preparação em Maputo eu tinha um técnico só para mim. Trabalhámos juntos e planificámos muitas coisas com o propósito de representar condignamente o nosso país em Nairobi”, desabafou aquela tenista, tendo a seguir acrescentado que foi um duro golpe saber que já não podia contar com o amparo de João Paulo Lobo em Nairobi.

“A federação garantiu que eu iria viajar com ele. E no próprio dia da partida fui informada de que seguiria para Nairobi sozinha e que o treinador viria mais tarde. Tudo falso. Quando cheguei lá tive de ser orientada por um sul-africano, estranhamente indicado pela Confederação Africana de Ténis”, contou.

Sumaia avançou, ainda, que foi a única tenista que não teve a oportunidade de trabalhar com o seu próprio treinador naquele Campeonato Africano de Ténis de juniores.

Eliminada na primeira ronda por uma atleta queniana, curiosamente a que se sagrou campeã africana, a nossa entrevistada lutou para melhorar a posição na tabela classificativa geral, tendo terminado na 18ª, mercê de três vitórias e uma derrota.

Para todos os efeitos, Cláudia Sumaia usou os nossos canais para transmitir uma mensagem clara aos dirigentes desportivos moçambicanos, para que comecem a pensar na construção de quadras de ténis de saibro, “de modo que, das próximas vezes, não se repitam situações desta natureza” .


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