Em Moçambique, pelo menos 14.400 crianças morrem, anualmente, por causa de doenças diarreicas, 90 porcento das quais resultantes da falta de saneamento do meio básico, e perto de 13,91 milhões de pessoas que vivem nas zonas urbanas e rurais não têm acesso às condições de higiene básicas, o que, para além de propiciar o surgimento da cólera e malária, tem efeitos perniciosos nas taxas de mortalidade infantil e materna, disse nesta quarta-feira (16), Lorna Gujnal, representante da Direcção Nacional de Saúde Pública.
A responsável disse, à Imprensa, que, apesar dos esforços desenvolvidos pelas autoridades com vista a reduzir o elevado índice de óbitos em consequência da falta de limpeza, até 2015 não será fácil assegurar o alcance da sétima meta dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), sobre a “Garantia da Sustentabilidade Ambiental”.
Num outro desenvolvimento, Lorna Gujnal indicou que, todos os anos, as famílias moçambicanas despendem acima de 660 milhões de meticais com os custos associados à procura de serviços de saúde, incluindo consultas, medicamentos, transporte e internamento hospitalar.
Enquanto isso, dados da Revisão Anual Conjunta do Sector de Águas (RAC) de 2014 indicam que, apesar dos esforços dos diferentes intervenientes no sentido de desenvolver programas com enfoque na melhoria dos serviços e aumento da cobertura de saneamento, os desafios na área de saneamento do meio permanecem grandes.
A RAC identificou como problemas, a fraca colaboração intersectorial, a não definição clara dos papéis e responsabilidades dos diversos intervenientes no saneamento do meio, a ausência de estratégia e um plano integrado de saneamento e o fraco financiamento para a execução de actividades relacionados com o assunto.
Por sua vez, a directora da Direcção Nacional de Águas (DNA), Suzana Saranga, fez comentários “políticos” sobre o problema, tendo dito que a instituição que dirige pretende estender os serviços do saneamento do meio para as zonas rurais e urbanas de modo a atingir os 100 porcento de cobertura, contra a actual taxa de 60 porcento da população moçambicana com acesso à água potável.