Em carta submetida ao governo de Nampula, através da Direcção Provincial da Agricultura, um grupo de escultores alega haver exploração desenfreada de madeira preciosa naquela parcela do país, em Cabo Delgado e no Niassa, mormente do pau-ferro e rosa, e alerta que o impacto nefasto da referida prática pode ser a extinção daquelas e outras espécies.
Os escultores acusam certos cidadãos estrangeiros, sobretudo de nacionalidade chinesa, de exploração ilegal daquelas espécies florestais. Os denunciantes sustentam que na maior parte dos casos, o pau-ferro é exportado em troncos sem a observância das normas estabelecidas pelo Estado moçambicano.
Em contacto com o @Verdade, na sexta-feira (16), o director provincial da Agricultura em Nampula, Pedro Dzucule, negou quaisquer indícios de extinção das variedades de madeira na região. Dzucule classifica o comportamento dos escultores de “manobra política” com o objectivo de denegrir a imagem do governo e dos seus parceiros de cooperação.
Por seu turno, o chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, Paulo Feniasse, confirmou a entrada, no seu gabinete, da missiva que denúncia o tal acto. “Eu solicitei o grupo para uma conversa mas ninguém apareceu, até hoje”.
De acordo Fenisse, todas as pessoas que se dedicam à escultura na província de Nampula não possuem licença de exploração de madeira, por isso, “não devem competir com aqueles que estão autorizados a exercer actividade”.
As províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa são potenciais na produção de madeira preciosa, sendo a escultura uma das principais fontes de rendimento de grande parte das famílias.