O Parlamento Juvenil (PJ) quer que os manifestos eleitorais das diferentes formações políticas espelhem de forma clara os problemas que afectam a juventude moçambicana e vislumbrem as possíveis soluções. Para o efeito, o PJ, representado ao mais alto nível pelo seu presidente, Salomão Muchanga, está a levar a cabo acções de divulgação, junto aos partidos, do seu manifesto político, do qual constam os aspectos problemáticos que devem ser levados em conta na época da campanha e solucionados durante a governação.
Do referido documento constam assuntos de índole social, económica, cultural e política. A sua divulgação visa criar uma plataforma de diálogo com as diferentes formações políticas de modo a que os seus manifestos tenham em conta os interesses da juventude moçambicana.
Nesse âmbito, o PJ reuniu, na segunda e terça-feira, na capital moçambicana, em encontros separados, com o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo e o chefe da Bancada Parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, respectivamente. Numa declaração ao @Verdade depois da audiência com o MDM, a oficial de programas do PJ, Quitéria Guirengane, esclareceu que estes encontros tem em vista “partilhar com as lideranças políticas o manifesto político da juventude”, acrescentando que o documento em causa não reflecte somente matérias relativas ao processo eleitoral, mas sim todas as preocupações dos jovens.
A fonte disse ainda que, para além do ponto acima referido, nos encontros com os partidos políticos é discutida a questão de acesso, por parte dos jovens, aos cargos de liderança dentro dos partidos e os moldes em que os mesmos são exercidos. O PJ entende que em relação ao número de jovens que ocupam cargos de decisão no seio dos partidos políticos deve-se usar o sistema de quotas. Ou seja, cinquenta porcento dos cargos decisórios devem ser ocupados por jovens.
O mesmo deve acontecer em relação à questão de género. Entretanto, a nomeação aos mesmos deve ter em conta a competência e a capacidade de liderança. Com estas exigências, o PJ pretende acabar com as abundantes situações de jovens que, militando nos partidos, limitam-se, no exercício das suas actividades, a fazer eco às decisões tomadas pelos seus superiores.
Para conseguir esse desiderato, os jovens parlamentares irão direccionar o seu foco às ligas juvenis existentes nos partidos para que estas potenciem os seus membros. “As ligas juvenis devem potenciar os jovens que os representam nos partidos”, disse Guirengane, tendo acrescentado que “normalmente, as ligas juvenis nos partidos políticos limitam-se a reproduzir os discursos partidários, sem, no entanto, apresentar posições que estejam ligadas os interesses da juventude. Isso deve mudar”.
Quebrar o ciclo de falsas promessas
O Parlamento Juvenil diz pretender acabar com o ciclo vicioso de manifestos políticos que terminam nas promessas não cumpridas. Para tal, irá exigir dos partidos políticos a inclusão, nos programas de governação, de todas as promessas feitas durante a campanha bem como o seu cumprimento.
Tendo em vista esse objectivo, a nossa interlocutora assevera que doravante, o PJ, durante as campanhas eleitorais, irá exigir dos partidos políticos o manifesto político, instrumento essencial para quem vai votar. “Queremos que os jovens tenham o manifesto político e que esse manifesto reflicta de forma clara as necessidades da juventude,” disse, sublinhando que os “jovens não devem contentar-se só por ter somente bonés e camisetes, mas sim devem exigir o manifesto político”.