Já estiveram, por inúmeras vezes, na margem da morte. E, volvidos alguns anos, recompuseram-se. Hoje, “os bons rapazes”, como são carinhosamente chamados, vivem uma longevidade e, ainda, em união. Este marco, ao alcance das bodas de ouro, foi celebrado na pretérita sexta-feira (11), em Maputo, num show, notavelmente, inesquecível.
Mais do que o cumprimento do que fora, por eles, prometido no que diz respeito a valorização dos ritmos africanos e da cultura moçambicana, durante os 31 anos da sua existência, o agrupamento de música moçambicana, Ghorwane, restituiu as nostalgias que viviam no seio dos seus admiradores.
Com uma forte presença no palco – em questão o do Centro Cultural Franco-Moçambicano - o agrupamento mostrou-nos que a vida depois de Pedro Langa e Zeca Alage não só continua, mas cresce a cada concerto, a cada tema – actual e antigo - e a cada sucesso.
Intitulado “o lago que não seca”, o concerto serviu, igualmente, de oportunidade para que os petizes da Escola Nacional de Música, interpretando os temas “progresso” e “Txongola”, mostrassem o seu melhor no que tange a instrumentos musicais.
Massotcha, Vana Va Nndota e Hafa, três dos mais conhecidos temas daquele agrupamento, renovaram e agitaram o público presente, tornando o espectáculo num momento de recordações. Enquanto eles tocavam, cantavam e dançavam o público, na mesma dinâmica e domínio dos seus títulos, acompanhava: cada um fazendo o que mais sabe.
Massotcha, diga-se, é um dos timbres inesquecíveis desse grupo. A música fala dos tormentos da guerra e do perigo que os militares representa(va)m para o povo que deve(ria) estar a proteger. Aproveitando a lírica a mensagem contida nessa música, Robero Chitsondzo alertou ao público presente sobre o clima de tensão que se vive no país.
Para ele, o povo moçambicano não merece estar em conflitos, pois, mais do que se sabe, a guerra é uma maldição. No entanto, a pois as actuações, em entrevista, Roberto Chitsondzo, músico da banda, afirmou que o show resume os 31 anos de actividades da banda, desde a época de Langa e Alage e até a actualidade, não só no campo da música, mas também na consciencialização dos moçambicanos.
“Foi difícil chegarmos a onde estamos, mas graças a Deus conseguimos. Há que, realmente, confessar que, durante os 31 anos de existência, conquistamos o maior número dos moçambicanos, o que por sua vez, fazia parte das nossas mais desejadas realizações. Portanto, vencemos e cumprimos com a missão”, conclui o músico.