O governo da provincial de Sofala apresentou publicamente, a 22 de Julho corrente, José Cuela António como Administrador da Beira, uma urbe sob gestão do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), uma formação política da oposição que acusa o Governo e o partido Frelimo de introduzirem, forçosamente, uma nova divisão administrativa por intolerância política e com o intuito de diminuir a área sob influência de Daviz Simango.
Em Junho passado, depois de muita agitação e crispação em torno da divisão da segunda maior cidade do país, facto que fez Daviz Simango ameaçar mobilizar uma resistência popular para travar a medida, o vice-ministro da Administração Estatal (MAE), José Tsambe, acalentou o edil daquela parcela aquando da sua deslocação a Maputo para se inteirar do assunto, com a justificação de que Beira não seria dividida.
Entretanto, José Tsambe foi contrariado pela ministra da Administração Estatal, Carmelita Namachilua. Esta, evocando diversos motivos tais como económicos, sociais e demográficos, disse que o Governo Central iria prosseguir, sim, com a divisão da Beira e o plano visa reestruturar, de forma administrativa, as cidades moçambicanas, excepto Maputo, que ostenta a categoria de província. Assim que o plano avançou, dos 26 bairros sob gestão do município da Beira, apenas oito continuarão sob sua alçada e os restantes dirigido pelo partido no poder, cujo separação com o Governo é bastante ténue e promiscuo.
Relativamente à nova Administração, para além de José António, o governo do distrito da Beira é composto por Domingos António Francisco, secretário permanente; Celestino Campira, director da Educação, Juventude, Ciência e Tecnologia; Nelson Gil Pateó, director dos Serviços de Planeamento e Infra-estruturas; Boavida Fabião Simbine, director dos Serviços de Actividades Económicas e Graciana de Jesus Pita, directora dos Serviços de Saúde, Mulher a Acção Social.
Segundo o novo regente da Beira, até já há fundo para as instituições acima mencionadas funcionarem e existe financiamento para projectos de geração de renda através dos “sete milhões”.
Félix Paulo, governador da província de Sofala, disse que a indicação José António surge em cumprimento da Lei nº 26/2013 de 18 de Dezembro.
José Domingos, vereador para área institucional no Conselho Municipal da Cidade da Beira, disse que esta situação constituiu uma aberração. Está-se a criar conflitos na governação da Beira. Trata-se de um "jogo" que em nada vai resultar porque nas próximas eleições o povo vai fazer justiça através do voto.