O docente universitário e ambientalista nacional, Carlos Serra, defende que enquanto o Governo moçambicano continuar a receber com maior naturalidade pedidos excessivos para a exploração da madeira nacional, os problemas ambientais vão agravar-se, devido à falta de implementação das políticas de preservação das florestas, que poderiam evitar a degradação acentuada do meio ambiente e o tráfico ilegal das espécies madeireiras.
Serra é de opinião de que o país deve aprimorar a legislação sobre a fiscalização florestal, de modo a estancar a circulação ilegal da madeira para o mercado internacional, bem como assegurar que a comunidade seja beneficiária da exploração feita.
Num outro desenvolvimento, a fonte referiu que ainda está longe de ser uma realidade o benefício que as comunidades devem tirar da exploração dos recursos florestais, no caso vertente da madeira.
O quadro legal ambiental vigente no país, está, até desajustado com os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, facto que acaba por gerar conflitos de terra entre o investidor, a comunidade e as autoridades locais, porque não há diálogo com os nativos, desconhecem as leis sobre a terra, entre outras anomalias registadas, realçou Serra.
“Enquanto o governo estar apenas preocupado com o licenciamento de mais exploradores, continuaremos a ser um país sem regras, onde os exploradores abatem as espécies madeireiras de forma irracional, degradando, de forma acentuada, o meio ambiente”, anotou o ambientalista.
De acordo com o Serra, enquanto perdurar um quadro legal com muita discrepância com a realidade do país, a exploração florestal não irá gerar desenvolvimento social na comunidade, o investidor será o principal beneficiário das receitas de venda e o ambiente será a principal vítima, devido à falta de um sistema de controlo e estratégias de preservação ambiental sustentáveis.