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Voleibol: Autoridade Tributária tricampeã da Zona VI

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A formação da Autoridade Tributária de Nampula sagrou-se no sábado (21), pela terceira vez consecutiva, vencedora da Taça dos Clubes Campeões Africanos a nível da Zona Austral de África. Na partida da finalíssima, os tributários derrotaram o Support Unit do Zimbabwe, pelos esclarecedores 3 a 0. Em femininos a prova foi ganha pela equipa do Kutlwano, do Botswana, que bateu a equipa, sua conterrânea, do Mafolofolo pela marca de 3 a 1.

Foi, diga-se, a reedição da partida da primeira jornada do Grupo A da Taça dos Clubes Campeões da Zona VI, em que a formação moçambicana triunfou pela marca do jogo inaugural. No primeiro set, a equipa zimbabwiana criou várias dificuldades aos campeões em título que tiveram que se aplicar a fundo para saírem vitoriosos.

Nesta etapa os tributários comandados por Adevino Nuvunga conseguiram marcar 11 pontos na sequência de bloqueios, a mesma estratégia usada pelo Support Unit, que tinha jogadoras de alta estatura, o que, de certa forma, condicionava a forma de jogar do conjunto da chamada capital da zona norte.

Mas Firmino Chinay, por vezes, conseguia anular os gigantes da formação oriunda das terras de Robert Mugabe. O primeiro set terminou com três pontos de diferença, ou seja, 25 a 22, a favor dos tributários. Dércio Soares, com oito pontos, dos quais três resultantes de bloqueios, foi a melhor unidade da equipa moçambicana, enquanto do lado do Support Unit, Radios, com sete pontos e três bloqueios, foi a unidade mais produtiva.

Se por um lado a Autoridade Tributária entrou determinada a vencer o segundo período para alargar a sua vantagem no marcador, para as hostes zimbabwianas era imperioso vencer para não permitir que o seu oponente se agigantasse no marcador. Com estas condicionantes, assistiu-se a uma grande partida de voleibol que maravilhou os mais de trezentos adeptos que se fizeram à catedral das modalidades de sala em Moçambique, o pavilhão do Maxaquene, naquela noite de sábado (20).

Diferentemente do que aconteceu na etapa inicial, neste período entrou melhor a formação do Support Unit, que nos primeiros instantes converteu três pontos, graças à apatia dos moçambicanos que já pensavam que tinham o jogo controlado. Mas José Efrain, treinador dos tributários, apercebendo-se do crescimento do seu rival no confronto, tirou Justino Tovela e fez entrar no seu lugar Alberto Martinho e o conjunto moçambicano conseguiu voltar ao jogo.

A partida tornou-se mais animada, uma vez que os jogadores das duas equipas, imbuídos pelo espirito de vitória, exploravam os seus dotes técnicos para somarem um ponto. Do lado moçambicano para elevar para dois a vantagem sobre o seu rival, enquanto dos zimbabweanos a intenção era empatar a partida. Apesar do equilíbrio registado, os tributários voltariam a sair em vantagem.

A equipa de José Efraim, graças às excelentes combinações entre Dércio Soares e Adevino Nuvunga, marcou mais quatro pontos que o seu oponente. No segundo período, Adevino Nuvunga, com um total de nove pontes, foi o destaque da formação de Nampula, enquanto Radios voltou a destacar-se no conjunto forasteiro, com oito pontos. A defender, Manuel Vitolo, camisola um da Autoridade Tributária, venceu o duelo com Maffrev ao parar cinco ataques dos zimbabwianos, contra apenas cinco do defesa do Support Unit.

Com o 2 a 0, os tributários deviam triunfar no terceiro período para conquistarem, pela terceira vez consecutiva, a Taça dos Clubes Campeões Africanos a nível da Zona VI, enquanto a outra formação tinha de vencer para levar a partida para o quarto set. No terceiro e último período, o talento dos moçambicanos, a defender assim como a atacar, veio ao de cima, visto que anulava todas as investidas do seu rival que lutava incansavelmente, mas sem sucesso, para contrariar os campeões em título. Todavia, a ansiedade prejudicou sobremaneira o Support Unit, que cometeu muitos erros, sobretudo nos serviços.

Como era de se esperar a meio desta etapa, os zimbabweanos renderam-se ao talento dos moçambicanos que, apoiados pela moldura humana que se fez ao pavilhão do Maxaquene, queriam resolver a questão do título de uma vez por todas. Na defesa, Manuel Vitolo era o sinónimo do desespero dos jogadores do Support, uma vez que anulava, quase, todas as investidas dos forasteiros.

A Autoridade fez uso do ditado “em casa mandamos nós” e triunfou pela marca de 25 a 19, vencendo no final pelos esclarecedores 3 a 0. Com esta vitória, a formação moçambicana entrou na história do certame, na Zona VI, visto que foi a primeira equipa a vencer três edições seguidas, 2012, 2013 e 2014. O Police VI Do Botswana, na partida de atribuição do terceiro e quarto lugares, derrotou o Unza da Zâmbia, por 3 a 1, com os parciais de 19 a 25, 25 a 9, 25 a 23 e 25 a 22, e ficou com a medalha de bronze.

Os campeões

José Efrain Solano, treinador da Autoridade Tributária de Nampula, disse ao @Verdade que “todo o trabalho deve ser encarado com muita entrega e dedicação. Não há segredos para o nosso sucesso, além de muito trabalho. Eu sou um treinador amigos dos jogadores, conversamos muito no sentido de lhes incutir dos objectivos e as metas da equipa quando entramos numa competição.

Trabalhamos três horas por dia e quando é assim deve haver recompensa. Estou deveras satisfeito com este título. Vamos continuar a trabalhar com a mesma humildade para atacarmos a fase final da prova”. Por seu turno, Adevino Nuvunga era um jogador que não cabia em si de tanta alegria pela conquista do terceiro título de campeão da Zona VI.

“Fizemos história, tornámo-nos a primeira equipa a ganhar três títulos consecutivos, mas tenho que realçar que este triunfo é o resultado do trabalho levado a cabo desde o término da prova realizada na Zâmbia, uma vez que tínhamos a obrigação de defender o título e graças a Deus conseguimo-lo. O que nos resta é continuarmos com os pés bem assentes na terra para melhorarmos a nossa prestação na última fase”.

Firmino Chinay foi parco em palavras, mas assegurou-nos que daqui em diante os tributários vão trabalhar a pensar em África, visto que na Zona Austral já não têm adversários à altura. “Provámos que na nossa região já não temos adversários, temos que repetir a mesma performance na última fase porque temos um grupo forte capaz de ombrear com qualquer equipa.”

Kutlwano campeão em femininos e Académica no último lugar do pódio

No que aos femininos diz respeito, a competição foi ganha pelo Kutlwano do Botswana que na finalíssima derrotou, a outra formação “tswana”, o Mafolofolo, por três sets a um. O primeiro terminou com a vitória do Kutlwano, por 25 a 17, mas no segundo não conseguiu repetir a façanha do período inicial, perdendo pela marca de 25 a 18.

O terceiro e quarto sets foram dominados pelas “Tlwanas” que acabaram com todas as esperanças do seu rival ao triunfarem por 25 a 19 e 25 a 16, respetivamente. A formação da Académica, eliminada nas meias-finais pelo Mafolofolo, terminou a prova na terceira e última posição do pódio após um triunfo suado, 3 a 1, diante do conjunto das Bob Ladies da Swazilândia.

E, quase, tudo Adevino levou

Em termos de premiações individuais, o destaque vai para o moçambicano Adevino Nuvunga que ganhou três troféus. O jogador da Autoridade Tributária conquistou o prémio de melhor servidor, melhor rematador e melhor jogador da prova. Justino Tovela, também da Autoridade Tributária, foi eleito o melhor passador da competição, enquanto Maffrev Chimunbo foi considerado o melhor defesa do torneio.

Em femininos, a distinção foi dominada pelas formações “tswanas”. Gantle Godirwang foi considerada a melhor defesa. A moçambicana Leocádia Manhiça, da Académica de Maputo, ganhou o galardão de melhor servidora, Sesha Matswire foi melhor jogadora, enquanto Tracy Chaba foi eleita a melhor rematadora da prova.


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