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Crise de água assola cidade de Nampula

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A cidade de Nampula tem vindo a registar restrições no abastecimento de água potável da rede pública, sob gestão do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), desde princípios de Outubro do ano em curso. A crise afecta quase todos os bairros da urbe, e os consumidores permanecem mais de uma semana privados do precioso líquido.

Como alternativa, os munícipes que têm viaturas próprias e tanques cisternas são obrigados a deslocarem- se até à Estação de Tratamento e Bombagem de Água número dois, que dista cerca de seis quilómetros do centro da cidade. No local, a água é vendida ao preço de 115 meticais por metro cúbico. A maioria dos moradores recorre aos furos e aos rios, expondo-se a diversos riscos de saúde daí decorrentes.

Esta situação resulta da redução do nível de armazenamento do precioso líquido na albufeira de captação, infra-estrutura que tem abaixo dos 18 mil metros cúbicos aceitáveis.

Numa ronda efectuada pelo @Verdade, em alguns bairros daquela urbe, constatámos que a situação afecta com gravidade as zonas residenciais de Namicopo, Napipine, Carrupeia, Muatala e Murrapania, onde dezenas de pessoas circulam com baldes de 20 litros à procura de água. Uma fonte do FIPAG confirmou o facto e disse que as restrições no fornecimento do precioso líquido à cidade de Nampula derivam dos baixos níveis de volume de água que a barragem vem registando, uma situação que está aliada à irregularidade das chuvas.

“A nossa barragem não tem água suficiente para abastecer em simultâneo todas as zonas da cidade de Nampula, e se assim o fizermos corremos o risco de enfrentarmos uma crise sem precedentes nos dias subsequentes”, disse a fonte.

De acordo com o nosso interlocutor, em consequência dessa crise, as horas de abastecimento da água reduziram de 10 para seis e o fornecimento é feito em regime de escala entre os bairros. Soubemos ainda que, devido a esta situação, a venda de água já é um grande negócio para alguns operadores que, através de camiões, obtêm o precioso líquido na Estação de Tratamento de Água (ETA) para fornecê-lo a algumas panificadoras, hotéis, empresas de construção civil, entre outras.

Num passado recente, o director da Área Operacional do FIPAG, Castigo Cossa, admitiu que os habitantes da cidade de Nampula vão continuar a enfrentar este problema por um período superior a sete anos, mesmo que chova abundantemente, devido as elevadas quantidades de lama e areia na barragem de captação.

Soubemos ainda que o FIPAG não dispõe de fundos para a criação de uma nova fonte que possa auxiliar a do rio Monapo. A abertura de furos nos bairros é vista como a solução imediata. O sistema de abastecimento de água à cidade de Nampula beneficiou, recentemente, de obras de vulto, tendo o lote 1 custado 23,9 milhões de dólares norte-americanos.

A intervenção consistiu na expansão da captação e da estação de bombagem existentes, reabilitação e expansão da ETA número 1 para a reposição da sua capacidade nominal de 20 mil metros cúbicos e a construção de uma nova ETA com uma capacidade igual à primeira (20 mil metros cúbicos).

Foi, igualmente, construída uma nova conduta de água bruta, com uma extensão de 352 metros, um novo reservatório com 1.500 metros cúbicos de capacidade, bem como uma nova estação de bombagem. No lote 2, os trabalhos consistiram na construção de uma nova conduta adutora, com uma extensão de sete quilómetros, e de um novo distribuidor composto por um reservatório com 5.000 metros cúbicos de capacidade.

Tentativas de ouvir a direcção do FIPAG a propósito da crise no abastecimento do líquido vital à cidade de Nampula redundaram em fracasso. Refira-se que o FIPAG em Nampula conta, actualmente, com cerca de 29 mil clientes e dispõe de 460 fontenários, sendo que destes mais de metade encontram-se avariados.


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