A cidade de Nampula está a registar, nos últimos tempos, um aumento de casos de diarreias aguda. As autoridades sanitárias afirmam que não se trata de cólera, como se tem vindo a reportar.
Durante as primeiras duas semana de 2015, o sector da Saúde naquela parcela do país registou pouco mais de 150 casos de diarreias, dos quais 141 pacientes ficaram internados no Centro de Tratamento de Cólera (CTC), tendo resultado em dois óbitos.
Murrapaniua, Napipine e Mutauanha são apontados pelas autoridades da Saúde como os bairros mais propensos a doenças diarreicas, devido aos rios que ali correm.
Ribeiro Macuácua, do Departamento de Saúde Pública da Direcção Provincial de Saúde de Nampula, aponta como principal causa a precariedade do saneamento do meio que tem o seu pico nesta época chuvosa, com fezes e lixo a invadirem as fontes de água, para além de moscas que se reproduzem com facilidade.
“Não podemos afirmar categoricamente que se trata de cólera, porque ainda estamos a fazer uma análise laboratorial das amostras que colhemos nos pacientes que dão entrada ao CTC”, disse.
O nosso entrevistado referiu que o processo de análise dos resultados tem levado muito tempo para se provar que se trata de cólera porque este material, depois de colectado, é levado a um teste final na capital do país.
“Não temos equipamentos a nível da província que detecta o vibrião colérico, daí que, quando há casos de surto de diarreias, encaminhamos as amostras para o Hospital Central de Maputo e aguardamos os resultados”, frisou.
Macuácua disse, igualmente, que questões de higiene pessoal, particularmente a defecação a céu aberto e a falta de limpeza das mãos após as necessidades fisiológicas, assim como a inadequada lavagem dos alimentos, principalmente aqueles que são consumidos crus, também contribuem para a eclosão de casos de doenças diarreicas.
Num outro desenvolvimento, o nosso interlocutor avançou que, neste momento, foi criada uma equipa multissectorial constituída pela Cruz Vermelha, pelo Conselho Municipal, pela Direcção da Saúde, Polícia da República de Moçambique e por líderes comunitários, como a missão de levar a cabo palestras de sensibilização sobre a importância de medidas de higiene, quer individual, quer colectiva.