Mais de 20 famílias e igual número de residências construídas com base em material precário, localizadas na zona de Muthita, no bairro de Mutauanha, arredores da cidade de Nampula, estão total e parcialmente destruídas, devido às intensas chuvas que se fazem sentir naquela parcela do país, desde os princípios de Janeiro corrente.
Numa ronda efectuada pelo @Verdade, constatámos que a maior parte das famílias afectadas encontra-se refugiada nas casas dos vizinhos e amigos, sendo que aqueles cujas residências foram destruídas parcialmente continuam a residir nas mesmas, mas em condição de risco.
Teresa Caetano, uma das afectadas pelas chuvas intensas que abalaram Nampula, disse estar a viver com os três filhos menores de idade numa residência com algumas paredes desabadas. A nossa interlocutora acrescentou que continua a residir naquela casa por não ter alternativa. Duas paredes casa de Teresa Caetano podem desabar a qualquer altura.
“Não tenho família, estou apenas com os meus filhos. Não tenho onde me refugiar”, afirmou um dos afectados que viu a sua residência desabar é Ângelo Uacaia. Ele lamentou em nome dos afectados pelas intempéries a falta de apoio para a reconstrução das suas habitações e de outros materiais necessários. “Desde que as nossas casas desabaram ainda não nos foi prestada nenhuma ajuda, só aparecem pessoas para nos alistar e vão-se embora”, disse.
Enquanto uns lamentam a falta de apoio, outros erguem as suas casas com o que podem. O secretário daquela zona residencial, Bernardo Francisco, disse ao @Verdade que as lamentações dos afectados são legítimas, mas está-se a trabalhar de forma a prestar ajuda às famílias que viram as suas casas parcial e/ou totalmente destruídas.
Francisco afirmou que, neste momento, está a ser feito o levantamento dos danos materiais para se saber o número das vítimas para posteriormente encaminhar-se a lista ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), à Cruz Vermelha e ao Concelho Municipal da Cidade de Nampula.
Refira-se que a edilidade parcelou, recentemente, 50 terrenos para igual número de pessoas afectadas, numa zona alta conhecida por Vieira, no bairro de Murrapaniua.