Sem apontar nomes, a Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM) diz que a formação médica em alguns estabelecimentos de ensino privadono país é feita sem a observância dos requisitos mínimos para o efeito. Não há docentes com grau qualificado, e há falta de instalações e equipamento apropriados.
O Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM), António Zacarias, considera que a situação a que a sua agremiação se refere viola a Lei 03/2006 de 03 de Maio, que determina que a inscrição de um médico e o seu reconhecimento pela OrMM são condições obrigatórias para o exercício da profissão no país.
Ele adverte que se as escolas não mudarem as actuais condições em que se encontram, que podem colocar a saúde pública em xeque quando os formandos estiverem a trabalhar, estes não serão reconhecidos como médicos no território moçambicano e não vão exercer a medicina.
Para além disso, o bastonário apela a todos os médicos em actividade para que se inscrevam nas delegações desta agremiação ou na sede nacional até Março do ano em curso sob o risco de serem também impedidos de trabalhar.
Na área da Saúde pública, aquela instituição indica que as farmácias privadas proliferam de forma descontrolada no país, o que pode causar prejuízos aos cidadãos, visto que há uma comercialização excessiva e não regrada de medicamentos.
De acordo com António Zacarias, “muitas farmácias realizam consultas no balcão de atendimento e aviam fármacos que só deviam ser dispensados mediante a apresentação de uma receita médica. Os antibióticos são indiscriminadamente dispensados aos utentes, levando, por exemplo, ao agravamento do quadro clínico dos pacientes, e ao atraso no seu encaminhamento para uma unidade sanitária”.
O bastonário acrescentou que tal problema causa a resistência a medicamentos para o caso de algumas doenças, tais como a malária. Ele disse ainda que o atendimento nos hospitais continua lamentável.