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Em Moçambique, o custo de vida é alto

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Para grande parte da população moçambicana, devido à pobreza, ao desemprego e à falta de habitação, a vida tem um preço alto. No entanto, em jeito de música, a cantora Francisca Puruque, ou simplesmente G-Star, seu nome artístico, procura, através da sua nova composição intitulada “O preço da vida”, descrever quão sofre o povo para viver condignamente.

“O preço da vida” faz parte de um leque de 17 músicas gravadas em diversos estúdios da cidade portuária de Nacala, sua terra natal. A crítica social em alusão retrata o sofrimento por que as pessoas passam para garantirem o sustento diário dos seus respectivos agregados familiares.

“Imagine-se, no entanto, que, se para pôr um petiz no ensino primário é um tremendo calvário, que tal se este miúdo atingir o nível secundário onde as exigências são maiores?”, questiona G-Star. A música, gravada nos finais de 2014 e tornada pública no começo do ano em curso, compartilha com os fãs e admiradores do estilo Rap nacalense e não só, o quão é difícil ter-se acesso a um emprego sem se precisar de desembolsar alguma quantia monetária.

Detalhadamente, a música leva-nos à conclusão de que não é fácil viver condignamente no solo moçambicano, pois se não fosse o caso “os nossos pais não teriam de migrar para a vizinha África do Sul com o intuito de trabalhar nas minas”, comentou a artista.

Perto de completar 17 anos de idade, a cantora é da opinião de que o nosso Governo pouco faz para melhorar a vida do seu povo.

Segundo ela, outra situação que a preocupa bastante é o facto de os problemas do povo serem colocados em segundo plano. A artista ainda lamenta o facto de as escolas se encontrarem longe das comunidades carentes e, no lugar de serem implantados esses centros de formação académica, são erguidas lojas e supermercados.

“Vivemos numa sociedade em que os jovens estão proibidos de sonhar, porque por mais que sonhem em realizar os seus desejos, a tarefa não é fácil. Isso depende da sorte de cada um”, sustenta Francisca.

A artista explicou ao @Verdade que o seu maior objectivo, com aquela música, não é alargar o seu repertório, mas sim fazer com que as pessoas, sobretudo os nossos dirigentes saibam que “o preço da vida” que a população suporta é muito caro. “É difícil viver numa sociedade em que existem corruptos”

Para G-Star, a corrupção é uma problemática que, de certa forma, acaba por infernizar a vida dos mais necessitados. Na verdade, “o preço da vida” convida- -nos a uma reflexão sobre a qualidade de vida a que os cidadãos pobres têm de se submeter.

Quem é G-Star?

G-Star é uma cantora do estilo Hip-Hop que engrenou no mundo da música no ano de 2008. O seu amor pelas artes de combinar os sons foi descoberto por si, numa sucedida tentativa de imitar a cantora rap moçambicana, Iveth. Foi desse modo que Francisca Puruque, simplesmente, se deixou levar pela paixão de cantar.

Embora fosse muito nova, tal não comprometeu os desejos de se tornar numa artista de renome, apesar de algumas pessoas dizerem que o que ela pretendia, apenas, era divertir-se. Porém, com apenas oito anos de idade, os seus primeiros passos na arena musical contaram com o apoio da família.

Francisca é exemplo de que talento não tem idade. O seu jeito lírico de desenvolver as rimas fazem-nos lembrar a conceituada “diva do Rap moçambicano”, a cantora Iveth. A música é um dos meios viáveis para se criticar certas situações anormais a que diariamente temos assistido no dia-a-dia. É devido a essa razão que aquela artista salienta que os seus temas musicais têm como principal fonte de inspiração o quotidiano.

Mercê do reconhecimento do seu trabalho, G-Star já dividiu o palco com grandes ícones da música jovem moçambicana. Mas o seu maior anseio não é apenas ser reconhecida a nível nacional.


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