Vários profissionais da Saúde encontram-se nos distritos para, junto aos líderes comunitários e activistas das associações do ramo de combate à malária, sensibilizar as comunidades locais sobre os cuidados de higiene a ter em conta nesta época chuvosa. A medida resulta dos recentes casos de eclosão da diarreia, entre outros reportados em algumas províncias do país, nomeadamente Sofala, Niassa e Nampula.
O surto destas doenças está associada a fragilidades no saneamento do meio e à chuva que, para além de criar charcos, arrasta consigo bastante lixo para as residências, vias públicas, mercados, entre outros locais de maior circulação de gente.
O director nacional de Saúde Pública, Francisco Mbofana, disse que de Dezembro de 2014 a esta parte foram reportados centenas de situações de diarreias nos distritos de Cuamba e Lago, na província de Niassa, Caia, em Sofala, e na cidade de Nampula.
A 25 de Dezembro, a cidade de Nampula registou 433 casos e houve três óbitos; no distrito de Lago houve 65 casos e igual número de mortos, contra oitos doentes e, felizmente sem nenhum óbito, em Cuamba, em Janeiro. Neste mês, Caia registou 65 enfermos, dos quais duas pessoas perderam a vida.
“Estamos preocupados com a eclosão de diarreias, razão pela qual os profissionais da Saúde estão no campo para transmitir as boas maneiras de evitar a doença, que só pode ser controlada se se evitar a defecação a céu aberto, a falta de limpeza das mãos após as necessidades fisiológicas, consumo de água imprópria, entre outras práticas negativas”, realçou o dirigente.
O nosso entrevistado acrescentou que os técnicos da Saúde continuam a desenvolver actividades de controlo de focos de doenças relacionadas com a falta de higiene, tais como o tratamento das fontes de água, educação para a saúde, distribuição de “certeza” (medicamento para a purificação da água), desinfecção das casas e dos bens, entre outras.
Sobre o impacto das actuais medidas do combate à malária, Francisco Mbofana disse que os resultados são positivos. De 2006 a 2014 houve uma significativa redução de casos e também de mortes. “Em 2013 registámos três milhões e 900 casos de malária, que causaram cerca de três mil óbitos. Os números ainda são muito altos mas encorajam-nos bastante pelo facto de nos últimos tempos termos reduzido os óbitos”, disse Mbofana.