Senhor Presidente da República: afinal Moçambique só é Maputo? Vossa Excelência Filipe Jacinto Nyusi ainda não veio ao centro ver o povo sofrer as cheias. Porquê?
O Senhor Presidente ainda não veio ao norte ver o povo comprar farinha e outros alimentos básicos, por mais do dobro do preço. Porquê?
Passou o tempo de palavras, é preciso mostrar-nos pelos seus actos que tudo está a fazer para que Moçambique volte a estar conectado por estrada.
Venha a Zambézia não só confortar-nos mas garantir que a reparação das pontes, estradas e outras infra-estruturas aconteça com brevidade. Se estamos em alerta vermelho por que razão as obras no Licungo pararam no feriado?
Deixe o conforto da capital e venha garantir, como prometeu, que não descansaria enquanto as vias de acesso não estivessem transitáveis.
Não deixe que esses senhores da Electricidade de Moçambique, que não foi Vossa Excelência que nomeou, continuem a enganar o povo com a desculpa de que amanhã é que o apagão vai terminar.
Não os deixe continuar a mentir- -nos dizendo que encontraram fontes alternativas para algumas instituições imprescindíveis pois o Hospital Central de Nampula continua a ser iluminado por um gerador próprio e abastecido com fundos da instituição.
Senhor Presidente Nyusi: ordene aos seus ministros que parem de mentir ao povo afirmando que vão usar os caminhos-de-ferro para nos trazerem bens de primeira necessidade.
Não permita que eles nos enganem dizendo que agora é que vão voltar barcos para transportar os bens de que todos os dias precisamos para continuarmos a lutar por um Moçambique melhor.
Queremos orgulhar-nos de pertencermos à Nação unitária e indivisível, mas perante as adversidades acrescidas contra as quais temos de lutar todos os dias parece que os moçambicanos do centro e do norte são menos moçambicanos que os de Maputo!
Deixe-se de actos cerimoniais, posses e banquetes, deixe de ver o seu povo pela televisão, afinal disse que éramos o seu patrão ou afinal eram só palavras que a água levou?
Mostre-nos que é o Presidente de todos os moçambicanos mesmo e não apenas dos pouco mais de dois milhões que o elegeram!