Os nossos leitores elegeram como Xiconhocas, na semana finda:
Pedro Cossa
Não pode, de forma nenhuma, haver dúvidas.Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), é um xico. Ele chamou a Imprensa, na segunda-feira (09), para expor um grupo de cidadãos acusados de protagonizar sequestros nas cidades de Maputo e da Matola, dos quais alguns são apontados como sendo os cabecilhas do crime que este ano já fez três vítimas.
Desta forma, a Polícia voltou a violar várias leis, fundamentalmente o número 02 do artigo 59 da Constituição da República de Moçambique (CRM), que estabelece que “os arguidos gozam da presunção de inocência até condenação judicial definitiva”.
Senhor Pedro Cossa, cabe à PRM, em colaboração com outras instituições do Estado, garantir a lei e a ordem, a salvaguarda da segurança de pessoas e bens, a tranquilidade pública, o respeito pelo Estado de Direito Democrático e a observância estrita dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. E nunca julgar os cidadãos. Deixe este trabalho para os tribunais.
Carlos Mesquita
Depois das manifestações populares de Setembro de 2010, convocadas por via de SMS, o Governo, ciente do poder deste meio de informação e comunicação na mobilização de massas, o que causou lhe desespero, decidiu mandar registar coercivamente os Módulos de Identificação do Subscritor (SIM), com a intenção de controlar e responsabilizar os emissores de mensagens para vários fins considerados contra o regime e os interesses do Estado.
Todavia, a decisão do Governo não foi cabalmente cumprida. As operadoras de telefonias móvel desleixaram-se e não conseguiram registar cerca sete milhões de clientes das duas redes que existiam na altura. Até houve prorrogação do prazo por um período de 45 dias, mas tal não surtiu os efeitos desejados.
Neste contexto, Carlos Mesquita, novo ministro dos Transportes e Comunicações, deu um prazo de um mês para as operadoras de telefonia móvel concluírem o processo de registo. Que utopia! O xico acha que o que não foi feito em quatro anos será concretizado em um mês num país onde impera uma letargia como esta?
Abílio Machado
O edil de Vilankulo, na província de Inhambane, Abílio Machado, é descrito pelos nossos leitores como um xico repugnante. Há dias ele e os seus subordinados mandaram demolir parte das instalações de um empresário que investe na área de turismo naquele ponto do país.
Empossado em Janeiro do ano passado, o xico disse, através de um jornal da praça, que pretende “deixar, da melhor forma possível, a sua marca na vila, modernizando o município e todo o seu sistema de funcionamento, em benefício dos munícipes e dos seus órgãos de direcção”.
Este senhor quer concretizar este desiderato e o de tornar, cada vez mais, a capital da província de Inhambane turística ordenando a realização de demolições arbitrárias de infra-estruturas de gente que trabalhou anos a fio para se dar bem na vida, de forma honesta? Afinal, quem elegeu este compatriota para dirigir aquele parcela da “Pérola do Índico”? Eis a questão dos nossos leitores.