Já passam duas semanas após a tomada de posse dos órgãos eleitorais que compõem a Comissão Provincial de Eleições na Zambézia, num processo em que alguns sectores da Sociedade Civil na Zambézia, afirmam não ter sido transparente. A nova Comissão Provincial de Eleições no segundo maior círculo eleitoral de Moçambique é constituído maioritariamente pela membros indicados pela Organização Nacional dos Professores.
Entretanto, mesmo com esta indignação dos bem entendidos, há um silêncio cúmplice no seio da chamada Sociedade Civil que participou no processo de organização e selecção das candidaturas para o provimento dos lugares que haviam nos órgãos eleitorais. Nem o Observatório Eleitoral, que liderava este processo, muito menos a Liga dos Direitos Humanos (LDH), o Fórum das Organizações Não Governamentais da Zambézia (FONGZA) e outras organizações existentes nesta província e porque não na cidade, ninguém abre a boca para dizer alguma coisa.
Todos responsáveis destas organizações estão remetidos a um silêncio desconfiante, um silêncio que provavelmente mostra que há alguma coisa no seio destas organizações.
Isso, dá mais azo ao líder da Renamo, Afonso Dlhakama, quando diz que não há sociedade civil neste país, todos, segundo o líder da Renamo, estão “metidos” na Frelimo.
O tempo vai passando e o jornal Diário da Zambézia, tem feito de tudo para falar com os líderes destas organizações da Sociedade Civil, mas a resposta que temos tido é de que ainda estamos analisar este processo. Várias vezes, tentamos falar com os responsáveis do Observatório Eleitoral que liderou este processo de recolha e selecção das candidaturas, mas não tivemos sucessos até agora. E o mais grave ainda é que sabe-se que a LDH tem juristas que conhecem esta matéria incluindo os prazos de quando é que devem remeter um possível recurso para impugnação deste acto, mas também não há rosto e nem voz que se digne a fazer nada.
Entretanto, fontes anónimas disseram nos que esta terça-feira, esta tal Sociedade Civil foi convidada para participar num encontro organizado pela Comissão Provincial de Eleições afim de saberem da deliberação em torno deste processo.
MDM na mesma onda
Entretanto, apesar do jornal Canal de Moçambique editado na cidade de Maputo na sua edição desta segunda-feira ter avançado que o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na voz do seu porta-voz não vê com bons olhos este processo, na cidade de Quelimane e porque não na província da Zambézia toda, ninguém fala nada sobre este processo. Há um silêncio igual ao da Sociedade Civil por parte do MDM que só tem apenas um membro na Comissão de Eleições.
Este silêncio do MDM remete-nos a uma reflexão sobre as inquietações do líder da Renamo sobre a paridade na Comissão Nacional de Eleições e há pergunta que se coloca é a seguinte: Será que o MDM esta conformado por ter um membros na CNE? Não haverá aqui um medo de um dia, o governo ceder as exigências da Renamo e dai o MDM não ter ninguém, olhando pela forma como está representado na Assembleia da República?
São perguntas que neste momento não tem resposta, mas depois dos pleitos eleitorais, provavelmente as respostas poderão vir. Mas enquanto isso, os eleitores vão convivendo com esta forma de ser e de estr quer dos partidos assim como da Sociedade Civil.