Ainda não há data prevista para o arranque das obras, mas o Conselho Municipal de Maputo prevê que a requalificação do mercado de Xipamanine, o mais caótico da capital moçambicana e com cerca de oito mil vendedores formais e informais, dure, pelo menos, 10 anos.
Só o Plano Parcial de Urbanização de Xipamanine, desenhado pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento do Habitat, e apresentado ao público na quinta-feira (26), vai despender 90 milhões de dólares norte-americanos.
Vai ser necessário construir, em seis meses, um mercado provisório orçado em mais de 1,2 milhão de dólares para albergar os comerciantes. Todavia, as obras do bazar definitivo e moderno, a serem edificados em dois anos, vão custar 42,5 milhões de dólares, aos quais se acrescentam 14,4 milhões de dólares destinados à construção de um silo com quatro pisos, cuja empreitada vai levar um ano.
Prevê-se a construção de um bazar cujo rés-do-chão sirva para comercializar produtos tais como vegetais e carnes, bem como albergar a administração, o posto policial, entre outros compartimentos. No primeiro serão vendidas refeições, produtos de medicina tradicional, artigos de perfumaria, loiças e ferragens.
A materialização deste projecto, de acordo com as autoridades municipais, exige o reassentamento de algumas famílias que se encontram no recinto do mercado. Para além de indeminizações, serão disponibilizados talhões.
A retirada de vendedores para dar lugar a obras será dividida em quatro fases mas alguns poderão ocupar novamente os seus lugares quando a primeira etapa do plano estiver concluído, segundo explicou Orlanda da Fonseca, a vereadora de Mercados e Feiras na edilidade de Maputo, para quem as pessoas que vendem produtos no chão e em condições deploráveis podem ter a certeza de que melhores dias virão.