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Governo reduz orçamento e prejudica a Federação Moçambicana de Karate

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Em 2014, o karate, também conhecido por modalidade das artes marciais, foi uma das que melhor representou Moçambique além-fronteiras. Numa entrevista concedida ao @Verdade, Carlos Dias, presidente da Federação Moçambicana de Karate, declarou que o balanço do ano transacto foi positivo.

O ano passado foi de sonho para o karate. Aquela modalidade desportiva conseguiu trazer para o país nove medalhas em provas internacionais, das quais sete no Campeonato do Mundo realizado na cidade sul-africana de Sun-City e duas no Campeonato Africano disputado no Senegal.

O presidente da Federação Moçambicana de Karate, Carlos Dias, declarou que o ano passado foi positivo, apesar de não ter realizado na totalidade as provas a nível interno. “O balanço foi positivo. Tivemos grandes resultados nas provas internacionais, “Mundial” e Campeonato Africano, mas não realizámos provas a nível nacional e não participámos numa prova mundial por motivos financeiros, uma vez que o Governo cortou o orçamento que alocava às federações; por isso, não conseguimos cumprir o que estava planeado.”

“Vamos procurar parceiros para melhorar o nosso orçamento”

No presente ano, aquela agremiação desportiva tenciona procurar parceiros de modo a não depender apenas do “mísero” valor alocado pelo Ministério da Juventude e Desporto para realizar as suas actividades.

“É difícil trabalhar com estes valores porque a Federação Moçambicana de Karate depende da ajuda do Governo, que aloca 95 porcento do orçamento. No ano corrente, para realizar as nossas actividades temos que procurar parceiros para melhorarmos o nosso orçamento. A Associação Moçambicana de Kimura Shikhokai, filiada na FMK, não depende da ajuda do Estado, visto que apenas cinco porcento do seu orçamento é alocado por terceiros”.

Questionado sobre o número de provas que a sua agremiação vai organizar em 2015, o homem forte da FMK declarou o seguinte: “A nível nacional, a federação tem a obrigação de realizar Campeonatos Regionais, Sul, Centro e Norte, e o Campeonato Nacional. Além das provas nacionais vamos organizar no território nacional competições internacionais, o Campeonato Regional da Zona VI e o Campeonato Africano de Juniores e Cadetes, mas ainda não foram definidas as datas para a realização destas provas porque nos próximos meses teremos a assembleia-geral, em que serão realizadas eleições para se escolher o novo elenco da FMK”.

“Não me vou recandidatar”

Carlos Dias caminha a passos largos para o término do seu primeiro mandato à cabeça da Federação Moçambicana de Karate, tendo declarado que não vai concorrer a um segundo mandato, visto que quer dar lugar aos outros.

“Não me vou recandidatar para o segundo mandato, acho que é oportuno dar lugar aos que querem mostrar trabalho para o desenvolvimento do karate em Moçambique. Eu tenho muitos cargos nesta modalidade e há necessidade de liberar alguns. Além de ser presidente da Federação Moçambicana de Karate, sou vice-presidente da Confederação da Zona VI, instrutor chefe de Kimura Shikhokai e coordenador da selecção nacional; por isso, acho que vou ceder o espaço aos outros”.

Discriminada em Moçambique pelo Governo, a modalidade das artes marciais tem conseguido trazer bons resultados das competições que se realizam fora de portas e a FMK pretende continuar a representar as cores da bandeira nacional condignamente.

“Nós temos tido bons resultados a nível internacional. Moçambique tem atletas que já ganharam medalhas em campeonatos mundiais, africanos e regionais. Esperamos que os atletas continuem a melhorar, visto que este ano vamos participar nos Jogos Africanos. Vamos tentar emendar a nossa prestação nestas provas”.

“Cumpri com o meu dever”

Em 2011, Carlos Dias tornou-se o primeiro presidente da Federação Moçambicana de Karate. O @Verdade perguntou-lhe se estava orgulhoso do trabalho que desenvolveu naquela agremiação desportiva, mas o nosso interlocutor foi parco em palavras.

“Foram quatro anos de muito trabalho. E como primeiro presidente da federação cumpri com o meu dever. Moçambique nunca tinha ganho um Campeonato Africano, mas à frente da FMK conseguimos ganhar esta prova sem mencionar as várias medalhas nas provas regionais e mundiais. Por isso, saio com o sentimento de missão cumprida”, disse Dias para depois acrescentar que “deixo a presidência da FMK, mas vou continuar a servir o karate moçambicano, uma vez que sou vice-presidente da Confederação da Zona Austral”.


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