O Ferroviário da Beira apurou-se no domingo (01) para a primeira eliminatória de acesso à fase de grupos da Taça CAF. Os locomotivas golearam, no seu reduto, o Petit Revoire, das Ilhas Maurícias, por 5 a 2, e transitaram para a fase seguinte com o agregado de 7 a 3. Sorte diferente teve a Liga Desportiva de Maputo que foi derrotada, na sua deslocação ao Ruanda, pelo APR.
Depois do triunfo fora de portas, 2 a 1, os locomotivas estavam com um pé na primeira eliminatória. A equipa de Lucas Barrarijo, diga-se, entrou bem no jogo, visto que, volvidos dois minutos do início da partida, Maninho inaugurou o marcador para gáudio dos adeptos que lotaram por completo o Caldeirão de Chiveve.
Mesmo em vantagem, o Ferroviário da continuava lançado ao ataque, face a uma equipa mauriciana que nos primeiros 15 minutos não criou nenhum lance digno de realce.
A resposta do Petit Revoire surgiu 17 minutos depois do golo da formação moçambicana. Jan Piere, do meio da rua, desferiu um forte remate, mas o esférico saiu a escassos centímetros do poste direito da baliza de Willard.
Os locomotivas tinham um domínio arrasador no que tange à posse de bola. Aos 30 minutos, depois de combinar com Jan Piere, Kalene rematou forte para uma defesa segura de Willard.
Na resposta da equipa de Lucas Barrarijo, Reinildo completou o flanco esquerdo e cruzou para a linha da pequena área onde apareceu Maninho a desviar, mas o número quatro da formação forasteira, na linha do golo, evita o segundo golo da tarde.
Os locomotivas chegariam ao segundo tento a oito minutos do intervalo, ou seja, à passagem do minuto 37. Depois de uma excelente combinação com Nelito, Maninho isolou Edson e este rematou cruzado para o 2 a 0.
Antes do intervalo, os forasteiros reduziram para 2 a 1. Jan Piery, com um passe magistral, isola Kalene que, de primeira, rematou para uma excelente defesa de Wilard e na recarga fez o 2 a 1. Mambucho e Cufa foram mal batidos.
Chuva de golos na segunda parte
Tal como aconteceu na primeira etapa, a equipa de Lucas Barrarijo teve um arranque arrasador. Se na primeira parte os locomotivas marcaram aos dois minutos, na segunda fizeram o terceiro golo aos 49, ou seja, no quarto minuto.
Maninho sobe pela esquerda e cruza para a pequena área onde aparece Nelito a desviar a bola do alcance do guarda-redes mauriciano. Nesta etapa, a equipa moçambicana dominou completamente o jogo, face a um Petit Revoire que não tinha argumentos para contrariar Maninho e companhia.
Com naturalidade, o Ferroviário da Beira chegaria ao quarto golo, aos 66 minutos. Depois de uma excelente combinação com Maninho, Nelito cruzou para a pequena área e Reinildo, sem oposição, encostou para o 4 a 1.
Mesmo com a eliminatória já resolvida, os locomotivas continuavam ao ataque. Os mauricianos já estavam rendidos ao talento dos moçambicanos, uma vez que se limitavam apenas a ver os jogadores beirenses a trocarem a bola.
A 16 minutos dos noventa, Maninho, do meio da rua, bisou na partida e fez o quinto golo do Ferroviário da Beira. Antes do final da partida, os mauricianos reduziriam para 5 a 2, resultado com que terminaria o jogo. Mais uma falha de marcação na defensiva locomotiva e Kaleny aparece à frente de Willard, bisando no jogo.
Muçulmanos eliminados
Sorte diferente teve o outro representante moçambicano, o campeão nacional, Liga Desportiva. Depois do nulo registado intramuros, os muçulmanos eram obrigados a marcar fora de portas.
Os comandados de Litos Carvalha fizeram uma grande exibição na primeira parte, que terminou sem golos. A turma moçambicana, mesmo jogando em terreno alheio, foi a equipa que teve mais oportunidades de golo na primeira etapa, mas os seus avançados eram perdulários no último terço do terreno.
No reatamento, a Liga Desportiva entrou lançada ao ataque e, volvidos dois minutos, Nando inaugurou o marcador. Em vantagem, os campeões nacionais baixaram as suas linhas para explorarem o contra-ataque, uma vez que o seu rival instalou-se no seu meio-campo. Os moçambicanos resistiram até ao minuto 79 quando Edman reestabeleceu a igualdade.
Cinco minutos depois, na sequência de um erro monumental de Gildo, o mesmo jogador fixou o resultado final em 2 a 1. Com este desfecho os campeões nacionais foram, mais uma vez, eliminados prematuramente das competições africanas.