Depois da tragédia que a cidade de Mocuba, na província da Zambézia, viveu devido às enxurradas que arrastaram centenas de habitações e destruíram pontões, os fazedores da cultura não acreditam na materialização de mais uma edição do Carnaval 2015. Não obstante a incerteza, é notória a movimentação de grupos de dança que se preparam para o evento.
Se, por um lado, a cidade de Mocuba ficou fustigada pelas cheias, por outro, há necessidade de se promover a diversão dos munícipes. Por esta razão, alguns grupos culturais preparam-se para mais uma edição do carnaval, um evento anual, cujo objectivo se centra na premiação dos melhores agrupamentos de dança.
Já é visível a movimentação de bailarinos e coreógrafos que organizam e compõem a maior parte dos grupos culturais temporais. Desde os finais do mês de Outubro, a urbe regista uma corrida desenfreada de agrupamentos de dança que procuram afinar as máquinas para mais uma actuação na edição 2015 do carnaval, que não tem data marcada.
O maior evento cultural daquela circunscrição geográfica decorre, geralmente, nos finais do mês de Fevereiro e princípios de Março. É, na verdade, um facto que marca o (re)encontro de coreógrafos e bailarinos a nível da província da Zambézia, que disputam valiosos prémios, desde valores monetários até electrodomésticos.
Conversámos com os integrantes do grupo de dança Juntos Unidos, que emergiu do Carnaval Carioca 2014. O coreógrafo e fundador da colectividade, Safim Miguel Magalhães, reuniu os seus membros há dias para dar início aos ensaios.
Segundo aquele animador e entusiasta, a rotina é contínua pelo facto de em cada ano os grupos culturais, que disputam os prémios no carnaval, arregaçarem as mangas de modo a instruírem os bailarinos com vista a uma boa actuação.
“Quando chega o mês de Novembro, reunimos os nossos membros para começarmos os preparativos do carnaval. Desta vez, queremos mostrar o nosso talento e ocupar o primeiro lugar, embora com dúvidas sobre a realização do evento”, lamentou Magalhães.
Refira-se que a edilidade de Mocuba tem custeado as despesas inerentes às actuações dos diversos grupos culturais, mas no tocante a 2015, receia-se que, pelo facto de o município ter drenado valores monetários para apoiar as vítimas das enxurradas, não venha a fazê-lo.