Pelo menos 200 contentores com diversas mercadoria encontram-se retidos no porto de Nacala, desde princípios de Fevereiro deste ano, devido à morosidade no manuseamento de cargas, um problema que resulta da falta de gruas, empilhadoras, tractores, entre outros equipamentos necessários para se ultrapassar a aparente incapacidade daquelas instalações.
Trata-se de mercadorias que têm como destino o vizinho Malawi, um dos maiores utilizadores do porto de Nacala, na província de Nampula, que escoa as suas importações e exportações através da linha férrea que o liga a Moçambique e a outros países.
O Corredor de Desenvolvimento do Norte, que gere o Porto de Nacala, necessita de equipamentos acima referidos em quantidades suficientes para evitar a demora no escoamento de cargas.
Sem avançar os montantes, António Chande, capitão daquelas instalações portuárias, disse que a situação está a causar enormes prejuízos comerciais. Uma empilhadora adquirida este ano também não está a ser capaz de dinamizar o manuseamento dos contentores de mercadorias.
A destruição parcial da linha férrea pelas chuvas intensas que fustigaram o país, em particular diversos distritos de Nampula, contribui significativamente no congestionamento de contentores naquele porto, uma vez que houve uma paralisação da circulação de comboios para o Malawi, considerou António Chande.
“Foi um período difícil para as nossas operações portuárias porque as vias de acesso estavam intransitáveis. Os balastros da linha férrea ficaram danificados e paralisaram na totalidade os serviços de manuseamento de marcadora para o Malawi. Reactivada a circulação de comboios, vamos trabalhar com vista a inverter este cenário”.
De Janeiro e Fevereiro deste ano, o porto de Nacala manuseou 15 mil contentores de carga diversa, dos quais 90 porcento para fora do país e o remanescente para o território moçambicano. Aquelas instalações têm capacidade para manusear 100 mil toneladas por ano, tendo, em 2014, registado 97 mil toneladas.
Enquanto isso, decorrem as obras de reabilitação e ampliação daquelas infra-estruturas portuárias, nomeadamente a pavimentação do cais norte, da área de contentores e a instalação do sistema de combate aos incêndios, entre outras acções. Os trabalhos iniciaram em Abril de 2014 e terminam em 2020.