Ainda há muito trabalho por fazer para evitar as mortes por malária, uma doença que, segundo as autoridades da Saúde, continua a ser uma das principais causas de mortalidade em Moçambique, onde, em 2014, houve um aumento de mais de um milhão e quinhentos e morreram 3.245 pessoas.
A malária, também conhecida por paludismo, é uma enfermidade cuja erradicação depende, entre outras medidas, do uso de redes mosquiteiras impregnadas, da pulverização intra-domiciliária e da eliminação de charcos e do capim nos quintais e à volta dos mesmos, práticas que ainda são ignoradas pelas comunidades, pese embora as mensagens de sensibilização levadas a cabo pelo Ministério da Saúde (MISAU) e outra instituições que actuam nesta área.
Segundo, Maria Matsinhe, directora nacional-adjunta da Saúde Pública, o paludismo ainda é uma das principais causas de mortalidade e de internamento nas unidades sanitárias moçambicanas. Para além dos óbitos acima referidos, no ano passado foram diagnosticados 5.485.327 casos.
A dirigente, que falava na sexta-feira (24), em Maputo, no âmbito do lançamento da celebração do Dia Mundial da Malária, assinalada sob o lema “Invista no Futuro, Vença a Malária”, disse que o Governo está preocupado com o facto de as acções em curso no sentido de inverter este cenário não serem totalmente eficazes: há citadinos que não aceitam que as suas residências sejam pulverizadas e outros usam as redes mosquiteiras para a actividades piscatória.
Por sua vez, Eduardo Celadez, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), realçou que entre 2000-2013 os casos de malária, mormente na população propensa a esta doença e em risco, diminuiu em 34%. Celadez frisou que medidas tais como uso de redes mosquiteiras tratadas com medicamentos de longa duração, a pulverização inter-domiciliar, o tratamento preventivo nas mulheres grávidas podem evitar a ocorrência do paludismo.
Em 2013, em África, apenas uma em cada cinco crianças com malária seguiu o tratamento. No total, 15 milhões de mulheres grávidas não receberam nenhuma dose recomendada para prevenir o contágio desta doença e 278 milhões de pessoas não tinham as redes mosquiteiras tratadas com insecticidas nas suas casas, um material básico para a prevenção, segundo a OMS, que recomenda que os grupos mais vulneráveis – mulheres grávidas e menores de cinco anos de idade – devem receber o tratamento preventivo.