Desde 2011, o mês de Maio tem terminado ao ritmo dos sucessos da música mundial. Nessas “operações”, nem o frio, nem a chuva que, de vez em quando, tenta devastar as festas campais, não sobressaem ao ego dos artistas, às expectativas e ao fervor do público. Azgo, o mesmo que “vamos embora”, está a tornar-se numa tradição no nosso país e, neste 2015, os dias 22 e 23 de Maio em curso serão “orgásmicos”.
Embora já se tenha tornado hábito que, anualmente, em cada final de Maio, Maputo acolha o Festival Azgo nunca se perde a vontade de, cada vez mais, “curtir” esses bons momentos. E as razões são simples: há, em cada ano, uma delícia artística que nos move para onde quer que seja. De certa forma, é como se fosse a resposta do vamos embora....
Sabemos que já não há noites repetíveis quando se fala de boa música na terra da marrabenta. Isto já não é novidade para ninguém. Mas de todas as formas,para os artistas com audácia e atenção, fazer um bom “show” em palco inclui algumas brincadeiras, humor sarcástico na dose certa, conversa, mas também nunca demasiada.
Estes arranjos nos festivais de música, e não só, permitem a interacção contínua entre o público e os artistas com vista a pô-los em sintonia pelo resto do “show”. A cantora sul-africana Lira – uma artista de mão-cheia e que teremos o prazer de ver no Campus da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo –, é um exemplo claro disso. Lerato Molapo, seu nome de registo, não é nenhuma novata. Pertencente a um núcleo de músicos que gravitam em torno de afro-soul.
Também, não é por acaso que o seu nome signifique “Amor”. Ela ama o que faz. Conhece muito bem os palcos, o público e confia no seu potencial. Na verdade, para a artista, a arte de cantar tem significados múltiplos. E argumenta: "A música mudou o meu mundo, sempre foi a minha companheira de guerra. No silêncio amuniciou as minhas vitórias”.
Entretanto, à semelhança dos anos transactos, o festival traz-nos, para este 2015 um cardápio de artistas já conhecidos no panorama musical nacional e internacional. Para além de Lira, outra sul-africana estará numa das noites dos espectáculos. Chama-se Uhuru. Faz misturas infecciosas de afro-house, kwaito e dance music.
O Festival Azgo, em parceria com o Festival Bushfire, da Suazilândia, e HIFA, de Zimbabwe, vai apresentar os resultados da colaboração do músico moçambicano Chico António com o brasileiro Sérgio Pererê e Zal Sissokho, de Senegal. Outra cooperação emocionante envolve o guitarrista carismático, intérprete e multi-instrumentista Haja Madagascar (Madagáscar), o baixista congolês Michel Lumana, o baterista moçambicano Stélio Mondlane e o duo Spirits Indigenous, da Suazilândia.
A estrela em ascensão no mundo musical em Moçambique, Sérgio Muiambo, vai partilhar com os espectadores do Festival Azgo as suas canções de amor, paz e prosperidade. De Angola e Portugal temos batida para combinar clássicos dos anos 70 e música moderna electrónica, Joana Serrat Trio (Espanha) que apresenta a sua mistura original da arte popular e da Austrália/Zimbabwe o trio de hip-hop True Vibenation.
Ainda no rol, além dos DJs moçambicanos Dilson e Júnior, que levarão a festa até ao raiar do sol, Mi Casa, Mingas, Tucan Tucan, Cláudio Ismael, Liloca, Duas Caras e Trez Agah, Orquestra Djambo, Black Jesus Experience, 123, Floewe e Sweet Sweet Moon, também farão parte da festa. De referir que a 5ª edição do Festival Azgo é levada a cabo sob o lema "Celebrando a Paz e Harmonia Humana".