A comunicação rodoviária entre os distritos de Cuamba, no Niassa, e Gúruè, na Zambézia, continua interrompida em virtude da destruição da ponte sobre o rio Lúrio, em Janeiro último, devido à chuva intensa, facto que causou também a danificação de várias estruturas de drenagem.
Cuamba dista 100 quilómetros de Gúruè, porém, na sequência dos estragos causados pela chuva, os automobilistas são obrigados a percorrer perto de 400 quilómetros, pois recorrem a estradas nacionais número um (EN1) e treze (EN13) para irem de um distrito para o outro, passando por Gilé, na Zambézia, Murrupula, Nampula-cidade, Ribáue, Malema, em Nampula, segundo a Rádio Moçambique.
Os motoristas de longo curso, que viajam de Lichinga a Maputo, mostram-se preocupados com a situação e apelam à intervenção urgente da Administração Nacional de Estradas (ANE) para a reposição do trânsito naquela estrada.
O delegado da ANE no Niassa, Fernando Dabo, disse à estação radiofónica a que nos referimos que neste momento se aguarda pela redução da água no leito do rio, para a construção de uma ponte alternativa, uma vez que decorrem obras de construção de uma outra infra-estrutura de raiz, no âmbito da asfaltagem daquela estrada.
Segundo Fernando Dabo, os problemas persistem na ponte que dá acesso à província da Zambézia, porque a que havia lá foi demolida pela chuva e ainda não foi feita nenhuma intervenção para se garantir a transitabilidade, noticiou a rádio pública.
Refira-se que o Governo prometeu reabilitar ou reconstruir várias infra-estruturas no âmbito da ligação entre as zonas sul e norte de Moçambique, através da Estrada Nacional número 1 (EN1), e as abras incluem ainda intervenções na ponte sobre o rio Lúrio. Além disso, as obras em grande parte das infra-estruturas arruinadas pela chuva ainda não arrancaram no país porque o Executivo não dispunha de fundos nem de planos de actividades, sendo que os instrumentos que lhe permitem realizar uma série de obras foram aprovados há dias pelo Parlamento.
Moçambique precisa de mais 300 milhões de dólares para a reconstrução pós-cheias, segundo o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiana, que falava a jornalistas no fim de um encontro com directores do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Maputo. As inundações, que afectaram principalmente o norte e centro do país, mataram 163 pessoas, afectaram mais de 200 mil e destruíram pontes, casas, postos de alta tensão, escolas e estradas, entras instalações.