O maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, vai realizar um Conselho Nacional, na próxima semana, na Beira, evento no qual serão tomadas "decisões muito importantes para o país no âmbito político, económico e social", disse António Muchanga, porta-voz desta formação política.
O encontro acontece dias depois de o Governo ter dispensado a Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), supostamente de forma unilateral, por entender que estava a despender dinheiro em vão. Sobre um possível encontro que era propalado, entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, António Muchanga manteve a sua postura de se expressar sem papas na língua e disse que tal não passou de uma intenção. O que a sua formação política sabe é que “não há nada”, alegadamente porque o Chefe de Estado “só anda a falar, não há coisas concretas que ele demonstre".
O porta-voz da “Perdiz”, que acusou o Alto Magistrado da Nação de bloquear os canais de comunicação entre as partes, “no passado, pelo menos o outro (referia-se ao ex-estadista Armando Guebuza) enviava pessoas e aí tínhamos alguma coisa para pegar, porque fulano de tal foi mandatado para ter com a Renamo e tratar isto e aquilo".
Segundo Muchanga, que “atacou” também o partido no poder, o Presidente Filipe Nyusi "usa um discurso de oportunidade e ocasião sempre que lhe convier. Estamos habituados a que a Frelimo nunca tenha cumprido com nenhuma coisa acordada”.
Na sua opinião, a formação política que dirige Moçambique há 40 anos, sempre violou as leis, incluindo as que ela própria aprova.