Há sinais de eclosão de violência endêmica na cidade da Beira, província de Sofala, onde em uma semana populares já lincharam três presumíveis larápios. A última vítima, identificada pelo nome de Isac Manuel Sebastião, de 36 anos de idade, morreu nas mãos dos moradores, na madrugada de segunda-feira (06), no bairro de Muchatazina, alegadamente por encabeçar uma quadrilha de assaltantes que criam terror na zona.
O malogrado, conhecido por Muganiua, é considerado uma pessoa de má conduta em Muchatazina e os familiares confirmam, segundo escreve o Diário de Moçambique, acrescentando que ele e os seus comparsas actuavam também na zona dos CFM, onde morava a sua mãe, mas tal facto não lhe impedia de perpetrar desmandos.
O cadáver de Isac Sebastião foi encontrado na manhã de segunda-feira ao lado de uma vala de drenagem que separa Massamba, no bairro de Esturro, e Muchatazina, no Matacuane, com sinais de agressão física com recurso a instrumentos contundentes.
Um dos antigos vizinhos da vítima presume que Isac foi espancado, morto e o seu corpo abandonado na casa sua progenitora, por volta das 03h00 de madrugada, onde esteve a consumir bebidas alcoólicas, de acordo o jornal a que nos referimos.
O irmão do finado, que responde pelo nome de Manuel Sebastião, contou que o seu parente “era mesmo ladra, não tenho que esconder. Ele já não vivia connosco, faz tempo. A minha mãe correu com ele porque preferiu esta vida. Não estou a dizer que quem o matou fez o certo, porque por mais que ele fosse ladrão era um ser humano como outro e merecia a vida. Por isso estamos tristes”.
Em Muchatazina, Isac era considera um assaltante perigoso e acabava de sair da cadeia. Nas suas incursões, ele e o seu bando agrediam pessoas indefesas na via com instrumentos contundentes, com o objectivo de se apoderar dos seus bens, o que prova o ditado segundo o qual “quem com ferro mata, com ferro morre”.
“Pelo que eu sei, ele sempre fazia mal às pessoas. Apelos e educação não faltaram ao meu sobrinho. Já não temos o que fazer, porque tudo já aconteceu”, considerou José Luís Zefe, tio de malogrado.
“Tenho a salientar que não é certa a acção de justiça pelas próprias mãos. Nós e a Polícia temos sensibilizado os residentes para não pautarem por esta via. Mas eles não acatam. Esta ;e a quarta morte por linchamento e pancadaria de supostos ladrões com recursos a catanas, só este ano. Isto constitui uma preocupação para nós como estruturas do bairro”, afirmou Isabel Alfândega Vicente, secretária do 7o bairro de Matacuane.
Para além do caso de Isac, um indivíduo identificado pelo nome de Joaquim Fernando, de 27 anos de idade, sobreviveu à queimaduras com plásticos, no bairro Bambu, depois de ter sido acusado de assaltar uma casa. Devido à gravidade dos ferimentos, ele está internado no Hospital Central da Beira.