Magnífico Reitor da Universidade Pedagógica (UP) de Moçambique, Prof. Doutor Rogério José Uthui, respeitosamente, dirigimo-nos à Reitoria, primeiro, para renovar os nossos agradecimentos pela confiança e autonomia concedida, o que, sem dúvida, permitiu-nos, ao longo destes quase seis meses de estudos, em diversos cursos, que o lecionamento decorresse da melhor forma possível e fosse satisfatório.
Lamentavelmente, os deveres e direitos dos estudantes e docentes não estão a ser alcançados e gostaríamos que o magnífico reitor soubesse que da nossa parte não falta empenho ao trabalho, dedicação e comprimento na soluções em relação ao que nos pedem.
Evidentemente, desde do início do nosso lecionamento, houve uma desorganização declarada por parte de alguns docentes. E como sempre, a postura por nós adoptada foi olhar e não falar (só um e outro estudante é que se pronunciava nas reuniões em torno do que se passava). Certa ou não esta medida, mas sempre foi assim.
Foi no âmbito dessa desorganização que alguns docentes da instituição que o magnífico reitor dirige começaram a distinguir-se como parasitas, ou seja, como quem dá aulas com objectivos ocultos, tais como de corrupção, o que levou certos estudantes a concluir a instrução de uma determinada cadeira (disciplina) com dificuldades e desânimo.
O que nos faz requerer ao magnifico reitor para se inteirar do assunto em virtude de termos resolvido manifestar o nosso desagrado é o carácter de alguns docentes que lecionam na delegação da Beira nos cursos de Engenharia. O facto de estudarmos nos cursos de extensão (Pós-Laboral) não significa que temos dinheiro para pagar suborno, corromper, aliciar nem satisfazer os desejos de um docente.
Há alunos que não se fazem presentes às aulas mas ficam algures a beber cervejas com o docente de uma determinada disciplina. Esse aluno passa (aprova) sem dificuldades em relação ao estudante que esta sempre na sala de aulas, que estuda, que é dedicado e que não tem nada para oferecer o docente. E reprova.
Magnífico Reitor, por essa razão, surgem algumas questões: Estamos na UP para estudar ou para corromper o docente? Como é possível um estudante que nem nota de admissão tinha nem a matéria estudada durante o semestre apareça depois do exame com uma nota alta?
Que tipo de quadros serão formados se todos pagarmos para aprovar numa disciplina? Foi nesse contexto que expressamos o nosso desabafo ao senhor. Como a última pessoa a quem podemos recorrer, esperamos que se inteire do assunto porque seria desconfortável manifestarmos nosso desagrado recorrendo a uma manifestação pacífica, o que também não será um bom exemplo para a UP. Existem várias universidades a leccionarem cursos de engenharia no país e nelas não é preciso corromper para passar, mas, sim, estudar.
Por Estudantes de Engenharia UP-Beira