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Diálogo entre Governo de Moçambique e a Renamo novamente adiado

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As negociações entre o Governo e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, que haviam sido agendadas para ter lugar segunda-feira, 29 de Abril corrente, em Maputo, foram adiadas pela segunda vez consecutiva e terão lugar a 2 de Maio próximo.

Num breve contacto telefónico estabelecido com a AIM, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, explicou que a escolha do local das negociações foi um dos factores que, mais uma vez, levou ao adiamento do encontro entre as partes.

Refira-se que, inicialmente, o governo havia proposto o complexo turístico Indy Village para a realização do encontro, mas a Renamo acabou por recusar alegando que “é preciso dar um carácter de Estado ao diálogo e isso não se faz numa mesa de restaurante” .

Em resposta, o governo propôs o Ministério da Agricultura como o local para acolher as das delegações.

Contudo, mais uma vez, a Renamo voltou a recusar e, desta vez, Mazanga argumenta que “nós recusamos o Ministério da Agricultura porque o respectivo ministro é o chefe da delegação do governo para as negociações”.

Prosseguindo, Mazanga fez questão de vincar “se nós aceitássemos poderia até parecer que nós fomos pedir uma audiência ao ministro da agricultura”. Por isso, segundo o porta voz da Renamo, ambas as partes acordaram que o diálogo deveria ter lugar a 2 de Maio próximo no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.

Questionado sobre os pontos que a Renamo vai levar para discussão, Mazanga disse que “basicamente são os mesmos que já apresentamos em várias ocasiões no passado”.

Estas negociações segue-se ao fracasso de Dezembro, quando o governo e a Renamo não conseguiram alcançar um consenso em relação principais pontos de discórdia, particularmente os processos eleitorais no país.

A composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) continua a ser um dos pontos constantes da pauta reivindicativa colocada a mesa do diálogo pele Renamo. O partido de Dhlakama afirma que caso não seja acolhida a proposta de paridade na composição e formas de designação de membros da CNE, não participará nas próximas eleições, muito menos permitir que o povo moçambicano exerça o seu direito cívico.

Estas negociações também surgem na sequência de um ataque perpetrado por homens armados da Renamo, no início a 4 do mês corrente, ao Posto da Polícia em Muxúnguè, numa acção que resultou na morte de agentes da Polícia afectos a unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR), um ex-guerrilheiro da Renamo, e mais de 10 feridos. Depois da ofensiva de Muxúnguè, outros ataques emergiram, dois dias mais tarde, tendo sido alvejadas três viaturas ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), que resultou na morte de três pessoas.


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