A Associação dos Empreiteiros de Nampula (AEMPRENA) afirma a existência de empresas e/ou de indivíduos que se fazem passar por operadores do ramo de construção civil sem capacidade técnica e equipamento mínimo exigível para a execução de determinadas obras públicas e privadas a nível desta parcela do país. Estes pronunciamentos foram feitos à margem da cerimónia da Feira Oteka, que juntou diversos empreiteiros da província de Nampula.
A presidente daquela agremiação, Uneize Ali Issufo, disse que alguns desses infiltrados abandonam as obras, depois de beneficiarem dos fundos, e acrescentou que as instituições do Estado são as mais lesadas.
Para contornar este cenário, a presidente da AEMPRENA afirmou estar já em curso um trabalho de levantamento do número real de obras mal paradas em todos os distritos daquela província. O trabalho, desenvolvido em parceria com o sector de Habitação, Obras Públicas e Recursos Hídricos, visa aferir o grau de licenciamento de cada uma das empresas de construção civil.
Issufo falava, na quinta-feira (09), à margem da cerimónia de inauguração da primeira feira de construção civil, denominada Oteka (Construir), evento que tem por objectivo promover os construtores da província de Nampula e os operadores de actividades afins. Trata-se de uma experiência nova, da qual se pretende divulgar a imagem daquela agremiação, agora com 13 anos de existência, bem como cultivar o espírito de união de toda cadeia produtiva na área de construção civil.
O governador da província, Victor Manuel Borges que dirigiu o acto, apelou a todos intervenientes no processo de edificação de empreitadas para a apertarem o cerco contra os desonestos. Para aquele dirigente, o abandono das obras e a má qualidade das mesmas estão relacionados com a falta de quadros competentes. “Estamos cientes de que as empresas carecem de quadros com formação profissional contínua e adequada na gestão de contratos”, frisou.
Pronunciando-se à volta da exposição “Oteka”, o governador disse que a mesma se reveste de grande importância, pois culmina com os preparativos da Conferência de Investidores a ter lugar no próximo mês de Setembro, com vista a garantir a operacionalização plena do Plano Estratégico Provincial - 2010/2020.
Refira-se que, na ocasião, foi anunciado o início do processo de emissão, a nível da província, de alvarás de quarta classe para obras cujo tecto orçamental vai até 20 milhões de meticais. Esta iniciativa traz vantagens para os operadores de construção civil que só podiam possuir licenças de terceira classe, com o tecto orçamental que não ia para além dos 10 milhões de meticais.