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Empresária será processada por “calúnia e tentativa de burla” em Nampula

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As autoridades administrativas do distritos de Mossuril, Moma e Mogincual, na província de Nampula, ameaçam processar judicialmente uma empresária do ramo de restauração, por difamação e tentativa de burla ao Estado moçambicano. A visada, de nome Dalila Abdul Raímo Ussene, acusa aqueles governos distritais de não efectuarem o pagamento dos bens e serviços prestadados pela sua empresa.

Dalila Ussene, que acusa os governos distritais de arrogância e uso e abuso de poder, é imputada de espalhar informações infundadas segundo as quais os administradores de Mossuril, Moma e mogincual têm tentado afundar o seu negócio, ao não saldarem as dívidas contraídas no fornecimento de bens e serviços.

Proprietária de uma unidade de produção e fornecimento de refeições, Ussene disse que aqueles dirigentes têm estado a contribuir para a estagnação do seu negócio.

Falando ao @Verdade, a empresária acusou o governo de Nampula e, de forma particular, os de Moma, Mogincual e Mossuril, de estarem a destruir a sua fonte de rendimento, numa altura em que os discursos políticos se centram na promoção do empreendedorismo e, sobretudo, nas iniciativas femininas.

De acordo com a nossa interlocutora, algumas dívidas, estimadas em mais de meio milhão de meticais, contraídas pelos governos daqueles distritos no fornecimento de bens, incluindo refeições, aquando das visitas presidenciais do ex-Chefe de Estado moçambicano Armando Guebuza, ainda não foram saldadas.

Da lista das instituições devedoras, a Administração de Moma tem por pagar uma quantia estimada em cerca de 400 mil meticais, resultantes de uma encomenda para o fornecimento de bens, feita pelo governo local, nas vésperas da visita do então Presidente da República.

Segundo a empresária, o governo de Mossuril deve mais de 400 mil meticais, enquanto o de Mogincual que, há cerca de três anos, recebeu a visita de Maria da Luz Guebuza, tem por pagar 150 mil meticais, resultante do fornecimento de refeições.

Para Dalila Ussene, trata-se de valores elevadíssimos que poderiam alavancar o seu negócio e contribuir para a melhoria das condições do trabalho, mas que, devido à falta de honestidade dos seus devedores, a empresa caminha já para o abismo.

Nerina Jone, administradora de Mossuril, desmente todas as alegações que pesam sobre o seu executivo e ameaça mover uma acção judicial contra a empresária.

Jone conta que, em 2013, o governo do seu distrito lançou um concurso público para o fornecimento de mobiliário e cortinado para a sua residência oficial, tendo o mesmo sido ganho pela referida empresária que recebeu a totalidade do valor acordado, na ordem de 469.360 meticais.

“O nosso espanto é que depois de alguns meses recebemos da PROTEIA uma carta solicitando a devolução dos bens que nos foram cedidos pela senhora Dalila, não obstante o governo tenha efectuado os pagamentos”, disse a chefe do executivo de Mossuril, exibindo a ordem de pagamento e os recibos.

Por seu turno, Araújo Chale Momade, administrador de Moma, rotulou a empresária de “maluca” por alegadamente estar a espalhar informações infundadas.

Momade nega que tenha efectuado qualquer encomenda para o fornecimento de comida, mas confirmou a contratação dos préstimos de Dalila Ussene para o apetrechamento da sua residência oficial, cujo pagamento foi efectuado a 100 porcento.

Em relação à dívida de Mogincual, Daniel Bento, administrador daquele distrito, alega que a mesma foi liquidada, mas a empresária continua a reivindicar o reajuste do valor anteriormente acordado, numa aparente tentativa de burla ao Estado.

Trabalhadores exigem melhoria das condições salariais

Criada em 1997, a fábrica de refeições Dalila e filhos, Lda conta com um total de 18 trabalhadores a tempo inteiro e um número não especificado de sazonais. Os funcionários não só aguardam há mais de sete meses pelos seus ordenados, como também reivindicam a legalização dos seus vínculos contratuais.

A proprietária diz que a solução é reduzir o efectivo para uma dezena, uma vez que, neste momento, a empresa não é auto-sustentável. A nossa entrevista afirmou ter despendido parte significa da verba de que dispunha no projecto de reabilitação de um imóvel, pertencente às Forças Armadas de Defesa de Moçambique a ela arrendada e no qual pretende instalar um restaurante, pensão e actividades afins, a partir do próximo mês de Setembro.

Entretanto, os trabalhadores dizem que não vão cruzar os braços, enquanto a situação dos salários não forem ultrapassados.


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