As autoridades de saúde da capital moçambicana indicam que a tentativa de suicídio é o principal motivo que leva as famílias a submeterem alguns dos seus membros a tratamento médico e é também o principal sinal de doença mental. Entre 2013/2014 e no primeiro semestre deste ano 37.767 pacientes padecendo de alienação mental foram atendidos nos distritos municipais KaMpfumo, KaMavota, KaMaxaquene, KaMubukwana, KaLhamankulo, KaTembe e KaNhaca.
Destes doentes, KaMavota foi o que apresentou maior número de pacientes, com 10.276, em 2014, segundo a psicóloga clínica, Saida Khan. Algumas doenças estão relacionadas com o consumo excessivo de drogas, por isso, fundamental potenciar a formação de activistas comunitários em saúde mental nos distritos os núcleos anti-tabacos nos estabelecimentos de ensino, bem como fortalecer a ligação entre a comunidade e famílias e garantir a qualidade de atendimento nas unidades sanitárias.
A técnica de saúde falava na sexta-feira (14) passada na III Reunião Anual de Coordenação de Actividades entre o Município de Maputo e a Acção Social.
Em entrevista ao @Verdade, Saida Khan não avançou dados pormenorizados sobre esta situação, por cada distrito municipal, mas explicou que o problema surge após alguma decepção como é o caso da perda da auto-estima, de amigos e de algum familiar.
Para reduzir a incidência dos problemas acima referidos, são promovidas actividades de promoção de saúde, palestras e terapia comunitária. São igualmente feitas visitas domiciliárias por grupos formados para o efeito.
Entretanto, a insuficiência de técnicos de psiquiatria, de psico-pedagogos, de gabinetes para o atendimento, de conselheiros e psicólogos nos distritos não permite o cumprimento integral das metas planificadas. Refira-se que Moçambique é considerado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o país com maior taxa de suicídios no continente africano.