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Paulo Machava foi a enterrar, Polícia sem pistas dos assassinos e a culpa que não morra solteira...

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Foram a enterrar, na terça-feira (01), os restos mortais do jornalista moçambicano, Paulo Machava, baleado mortalmente no início da manhã de sexta-feira(28), na Avenida Agostinho Neto, em circunstâncias ainda não claras. A Polícia diz que continua sem pistas dos protagonistas deste crime, como também há 14 anos que não sabe quem tirou a vida a António Siba-Siba Macuácua, e há seis meses que as razões e os autores do assassinato do constitucionalista Gilles Cistac prevalecem um mistério.

Sobre o assassinato do jornalista, de 61 anos de idade, o que a Polícia da República de Moçambique (PRM) sabe é que o malogrado foi alvejado com duas armas de fogo, sendo uma pistola e outra AK47. As investigações estão em curso mas se houver “pistas (dos criminosos) não serão tornadas públicas” porque são da alçada das autoridades. “Acreditamos que em devido momento o caso será esclarecido, leve o tempo que levar”, afirmou Orlando Mudumane, porta-voz da corporação policial, na segunda-feira (31), à Imprensa.

No mesmo diapasão, Jeremias Cumbe, director das Actividades Operativas no Comando-Geral da PRM, disse, esta terça-feira (01), aos órgãos de Comunicação Social, que a medicina legal já fez a autópsia à vítima e aguarda-se pelo relatório. “Sabe-se que uma investigação leva algum tempo (...)”.

Nos anais deste tipo de crimes em Moçambique, são muito poucos os casos em que a PRM tenha vindo a público explicar, com evidências, o seu móbil e exibir os mentores. Entretanto, tem sido apanágio deter-se suspeitos cujo envolvimento nos crimes de que são acusados não convence nem os leigos. Foi assim que aconteceu com dois indivíduos que respondem pelos nomes de Lúcio Manuel Chembene e Arsénio Eduardo Nhaposse, de 40 e 34 anos de idade, encarcerados nos calabouços da Cadeia de Máxima Segurança, vulgo BO. Nenhum deles é de raça branca, o que contraria as declarações da Polícia.

Uma juíza de direito de nome Judite António Correia, da Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, chancelou, a 10 de Abril último, a prisão dos dois cidadãos mesmo reconhecendo que não existem factos para a legalização da sua detenção, o que levanta a possibilidade de se estar a privar a liberdade gente que não tem nada a ver com a morte de Cistac, na manhã 03 de Março deste ano, quando saía de um café na cidade de Maputo.

Em relação a Siba-Siba Macuácua, um economista e presidente interino do Conselho de Administração do então Banco Austral (actual Barclays), ele foi atirado pelo vão das escadas da sede do banco onde trabalhava, numa altura em que estava a investigar a maior fraude bancária da história de Moçambique, que incluía dívidas malparadas cujos credores eram altas figuras ligadas ao partido Frelimo. Volvidos 14 anos, o Estado não tuge nem muge. Nenhuma explicação é dada à família da vítima no que diz respeito à investigação e responsabilização dos assassinos.

A lista dos crimes ainda por esclarecer e que tendem a ficar para a história é extensa, e vai desde o assassinato de Vicente Ramaya, a Paulo Estevão Daniel, comummente tratado por “Dangerman” a Inlamo Ahamada Ali Mussa.

Vicente Ramaya, que cumpria pena em liberdade condicional pelo seu envolvimento na morte do jornalista moçambicano Carlos Cardoso, foi baleado mortalmente por indivíduos desconhecidos, na tarde duma sexta-feira (21) na zona da Polana Cimento, em Maputo.

“Dangerman”, crivado de balas na cabeça, também morreu numa sexta-feira (24), no bairro da Polana Caniço, na capital moçambicana. Inlamo Mussa também foi morto à bala, entre sexta-feira e sábado, num crime descrito como “queima de arquivo”. Ele queixava-se de marginalização, pese embora ainda pertencesse aos quadros operativos dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).


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