Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Assassinato de Paulo Machava
Já foram a enterrar, na terça-feira (01), os restos mortais do jornalista moçambicano, Paulo Machava, baleado mortalmente no início da manhã de sexta-feira (28) passada, na Avenida Agostinho Neto, em Maputo, em circunstâncias ainda não claras. O homem morreu de forma prematura e bárbara num acto de cobardia protagonizado por pessoas que não merecem uma outra sorte senão um castigo que lhes faça pôr a mão na consciência e arrependerem-se de terem nascido. Foi-se o homem de carne e osso mas ficou a obra, que certamente será lembrada e valorizada por todos. Se realmente “falava muito”, tal como certas pessoas ousaram acusar e ameaçar o finado de morte, há anos, o trabalho que Paulo Machava fez em vida irá, agora, “falar demais” por ele. Será que a morte de Machava é um sinal de que vivemos na sociedade de far west, onde os mais fortes são aqueles que detêm armas de fogo legal ou ilegalmente e os que não possuem armas são alvos frágeis? Qual poderá ser o móbil deste crime e quem pode ser o mandante? Haja vida para todos nós para que possamos um dia obter o esclarecimento deste e outros assassinatos.
Tortura na cadeia de Nacala-Porto
Alguns dos 63 cidadãos privados de liberdade na Cadeia Distrital de Nacala-Porto, na província de Nampula, entre a prisão preventiva e condenados, queixam-se de estarem a ser alvo de torturas perpetradas pelos agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) como forma de obrigá-los a confessar os crimes de que são acusados, o que eles consideram uma clara violação dos seus direitos. Sim, senhores, isso é contra os princípios da dignidade humana. O que não cabe na mente de um ser humano que goza plenamente de bom senso é que o tal pessoal da PIC deixe de fazer o seu trabalho fora da cadeia, investigar e deter os meliantes e ande a submeter os reclusos a sevícias. O director da cadeia parece ser conivente com esta situação, pois não toma medidas com vista a evitar o sofrimento dos queixosos. Aliás, há também promiscuidade naquela prisão, uma vez que pelo menos duas mulheres estão lá a dividirem as celas com homens. Com esta situação, as autoridades pretendem promover violações sexuais na cadeia e transformá-la numa incubadora de filhos? E estão lá encarcerados quatro adolescentes menores de 15 anos de idade, acusados de assaltos a residências e na via pública. Não se achou outro lugar melhor para o castigo desta gente?
Diálogo político
Certamente que algumas pessoas que não conhecem Afonso Dhlakama ficam atentas quando ele diz “basta... basta... basta...”. “Acabou a brincadeira...”. Quem presta atenção a este entretenimento gratuito, sem nenhum humor, devem ser as crianças, porque são facilmente manipuláveis. É fácil mentir para elas, mas para os adultos qualquer “basta” do famigerado “pai da democracia” não passa de um acto de sobrevivência política. As brincadeiras a que o líder da Renamo se refere são, obviamente, as que aconteciam, todas as segundas-feiras, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano (CICJC), onde durante dois anos o Governo e a Renamo não conseguiram fechar nenhum acordo válido para o fim da tensão político-militar que se vive em Moçambique. Agora que percebeu de que já é tempo de parar de enganar os compatriotas com um suposto diálogo político, Dhlakama fala de instalar um governo paralelo e um quartel general para administrar o país à força. Dhlakama pensa que está em que parte do mundo, afinal? Alguma vez viu os moçambicanos saturados? Aliás, o Governo que pare também de nos tomar por parvos, fazendo-se presente no CICJC, mesmo sabendo que a sua contraparte não estará lá.