A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo deteve três jovens com idades compreendidas entre 28 e 35 anos suspeitos de envolvimento na morte de um cidadão e ferimento de outro no abdómen com uma arma de fogo do tipo AK-47, num assalto na manhã de 23 de Setembro, no mercado Compone, no bairro de Maxaquene, na capital moçambicana, no qual presumíveis bandidos se apoderaram de 13 mil rands e 90 mil meticais das vítimas.
As vítimas, segundo Orlando Mudumane, porta-voz da força da Lei e Ordem, foram atacadas numa banca onde trocavam dinheiro estrangeiro por nacional ou vice-versa. Recaem sobre as três pessoas detidas em conexão com este caso “fortes indícios de terem participado no assalto com recurso a arma de fogo”, a qual ainda não foi recuperada.
Os visados foram presos quando saíam do espectáculo realizado no fim-de-semana passada em Maputo. Todavia, eles refutam as acusações e alegam que o irmão de um dos indiciados, ora fugitivo, é o autor do crime.
A Polícia está no encalço de dois supostos comparsas do grupo enclausurado e pretende ainda recuperar a AK-47 usada no assalto. Aliás, Orlando Mudumane contou que os supostos meliantes a monte trocaram tiros com as autoridades no dia em que os três indivíduos foram detidos.
O agente da Lei e Ordem disse ainda que um dos cidadãos detidos vive na Machava, município da Matola, e os outros dois no Chamanculo, em Maputo, facto que é confirmado pelos visados, que, por sua vez, defendem, a pés juntos, que não sabem por que razão estão privados de liberdade.
Os 13 mil rands e 90 mil meticais não foram recuperados. Mudumane lamenta que haja instrumentos bélicos na posse de grupos de malfeitores e explica que as AK-47 são armas de guerra e as pistolas são para o uso das Forças de Defesa e Segurança; por isso, devem estar na posse das instituições e pessoas legalmente credenciadas para o efeito. Ele reconheceu, também, que, infelizmente, há agentes da corporação policial que se aproveitam do facto de lhes ser confiada a posse dessas armas e, posteriormente, emprestam ou alugam a indivíduos de má conduta, pese embora a Polícia tenha estado a recuperá-las.
William André, de 35 anos de idade, residente no bairro de Chamanculo e um dos três cidadãos presos, disse: “Não sei por que é que estou preso”. De acordo com ele, a Polícia encontrou-o nas imediações do mercado Mandela quando ia comprar bebida alcoólicas com os dois amigos. O jovem, que afirmou ser negociante de diversos produtos adquiridos na África do Sul para revendê-los em Moçambique, em algum momento não estava seguro do que dizia, para além de que assumiu que um dos indivíduos a monte é seu irmão.
Os outros dois jovens, nomeadamente Ivan Agostinho, de 32 anos de idade, e Soares Jorge, de 28 anos de idade, contaram que caíram nas mãos da PRM quando se encontravam a conversar com o irmão de William e o seu comparsa. Ambos fugiram numa viatura cuja matrícula não indicaram e não souberam explicar nada sobre o comportamento dos indivíduos em causa.
Enquanto isso, o cidadão que sobreviveu ao ataque dos supostos bandidos encontra-se neste momento sob cuidados médicos no Hospital Central de Maputo (HCM).