Cerca de 40 pescadores da baía de Inhambane continuavam nesta sexta-feira a operação para capturar um tubarão que terá matado uma mulher e ferido um homem. Não está claro como será identificado o exacto animal que primeiro atacou um pescador na baía da Maxixe e depois causou a morte de uma pescadora na região de Nhaduga.
A primeira vítima do tubarão foi um pescador, identificado pelo nome de Alberto Rafael, que foi atacado quando se preparava para sair da praia da Maxixe e depois de alegadamente lutar com o animal perdeu um dos seus braços e um cesto com peixe.
No sábado passado registou-se o segundo ataque, na região de Nhaduga, na baía de Inhambane, onde uma pescadora identificada pelo nome de Albertina Cavel, que se encontrava na faina de camarão, foi atacada pelo animal.
A pescadora viria a perder a vida no leito do Hospital Provincial durante a cirurgia a que foi submetida de emergência.
Segundo o jornal Notícia dois dias antes do ataque de Alberto Rafael, que ainda se encontra no Hospital Rural de Chicuque em tratamento, um barco levando turistas na praia de Tofinho, cidade de Inhambane, teria sido também atacado por um tubarão. No dia seguinte, segundo os mesmos relatos, um golfinho foi encontrado morto nas margens da praia de Tofinho com sinais fortes de mordeduras de um tubarão.
Não está claro se é o mesmo animal que tem estado a protagonizar estes ataques que deixaram em pânico os pescadores e os residentes de Inhambane e Maxixe.
A caça
"Nos últimos dois dias, nós colocámos armadilhas em pontos de possível circulação do tubarão e hoje vamos verificar, esperamos que as armadilhas já tenham capturado animal", disse à Lusa Américo Sitoe.
A operação, apoiada pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e pelo Governo provincial, envolve mais de 40 pescadores de vários pontos da província e, de acordo com Américo Sitoe, visa capturar o animal vivo para que depois seja arrastado até ao alto mar.
"Temos pescadores de vários pontos distantes da província a virem para este local e acabam dormindo aqui e, por isso, precisamos criar condições", declarou Américo Sitoe, enaltecendo a importância do apoio da população local. Nas áreas consideradas de possível circulação do tubarão foram colocados anzois apropriados para a captura do animal, um sistema designado 'longline', prosseguiu.
"Nós estamos no terreno a trabalhar e a nossa intenção é garantir a segurança das pessoas que frequentam o local", salientou, acrescentando que ainda não se podem sentir os impactos no turismo sobre as notícias dos ataques do tubarão na região, situada numa das províncias mais frequentadas por turistas em Moçambique.
"Nós estamos felizes porque ainda há um tempo que nos separa do período do pico do turismo na região", afirmou, salientando que o Governo provincial, juntamente com os seus parceiros, tudo fará para evitar impactos negativos.