A selecção nacional de futebol de Moçambique confirmou neste domingo, com um empate a 1 em pleno estádio da Machava, a sua eliminação do próximo Campeonato Africano para jogadores que actuam nos campeonatos internos (CHAN). A Zâmbia apurou-se com um agregado de 4 a 1.
Mesmo a precisar de fazer um milagre o seleccionador Hélder Muianga, Mano-Mano, apostou nos mesmos jogadores que foram derrotados no sábado passado em Ndola, fazendo apenas duas substituições forçadas pelas lesões de Ussama e Norberto, entrando Diogo e Cremildo.
Com muito pouco apoio nas bancadas, além da banda militar, ouviam-se mais as poucas dezenas de adeptos zambianos. Os Mambas criaram perigo a pela primeira vez na sequência de um pontapé de canto, desviado de cabeça por Isac mas fácil para as mãos do guarda-redes Jacob.
Com a vantagem de três golos, os Chipolopolos controlavam o jogo, deixando a iniciativa atacante para os moçambicanos mas fazendo um boa marcação logo à entrada do seu meio relvado.
A jogar com pouca velocidade e muito previsíveis, os Mambas não conseguiam criar jogadas de perigo e procuravam os lançamentos longos para a transição da defesa para o ataque.
Por ironia, na sequência de um lançamento longo, inofensivo, que a Zâmbia aumentou a vantagem na eliminatória. A bola foi lançada para Festus Mbewe na meia-lua que de costas para a baliza subiu mais alto que Jeitoso e cabeceou em direcção à baliza onde Guirrugo não estava. O guarda-redes moçambicano, que havia saído mal, tentou recuperar, ainda tocou com a ponta dos dedos na bola, mas o esférico encaminhou-se para a sua baliza.
A selecção de Moçambique continuava a jogar sem profundidade e o flanco esquerdo não funcionava. Mesmo quando os zambianos facilitavam, faltava convicção para procurar o golo. No minuto 36, depois de uma perda de bola a meio-campo, o esférico chegou a Isac que fez a diagonal mas não rematou, depois perdeu tempo e a defesa recuperou.
A precisarem de marcar seis golos, os Mambas saíram para o intervalo sem terem conseguido criar nenhuma jogada de golo real em 45 minutos.
Depois do descanso, Mano-Mano, em vez de reforçar o ataque, tirou Isac e lançou Maninho e ainda substituiu Gildo por Nélson.
Maior e mais possante, o avançado dos locomotivas da Beira mostrou que se tivesse jogado mais talvez o resultado pudesse ser outro. No minuto 54 arrancou pelo flanco esquerdo e chutou na passada perto da baliza de Jacob. No minuto 76 recebeu a bola com o peito, na meia-lua, e rematou de bicicleta; porém, ao lado da baliza zambiana.
Na sequência de um pontapé de canto mal marcado, a bola tocou na mão de um defensor zambiano e o árbitro assinalou o castigo máximo. O capitão Momed Hagi mostrou a sua classe e transformou a grande penalidade em golo, decorria o minuto 83.
Já em tempo de compensação Nelito, que havia entrado para o lugar de Diogo, respondeu a um cruzamento da direita e chutou próximo do poste da baliza dos Chipolopolos que, com o empate, mantém a tradição de nunca terem perdido com a selecção de Moçambique.
A selecção moçambicana que está com um pé fora do Campeonato Africano das Nações de 2017, ocupa a última posição do grupo H sem nenhum ponto e sem conseguir marcar um único golo, estando agora eliminada do CHAN. Resta aos Mambas lutarem pelo apuramento para o “Mundial” de 2018 enfrentando o Gabão já em Novembro.