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Governo de Mocuba distribui água nos bairros devido à crise

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Foto de Cristóvão BolachaO drama de acesso a água potável não assola apenas os residentes de Machaíla, na remota localidade do distrito de Chigubo, na província de Gaza, que desde Setembro último vive momentos penosos porque o camião que por lá passava para fornecer água, devido à seca, já ninguém o vê há dias. A população de Mocuba, na Zambézia, enfrenta o mesmo dilema de falta do precioso líquido mas ainda tem motivos para sorrir porque as autoridades locais disponibilizam um camião para o efeito.

Numa altura em que o rio Licungo – fonte alternativa a que os moradores recorrem – está a registar uma subida ligeira de caudal, facto que deixa a água turva, o governo distrital, a edilidade e o sector privado estão a distribuir, desde o último domingo (01), água captada no rio Lugela. A viatura transporta dois tanques com capacidade de 15 mil litros cada.

O acesso a água potável está, cada vez mais, a ficar restrito à cidade de Mocuba. Na verdade, trata-se de um cenário jamais visto naquela circunscrição geográfica. A falta do precioso líquido acontece desde os meados do ano em curso. A distribuição, através de tanques, foi uma luz no fundo do túnel para a população que já estava fatigada de consumir água impropria.

As doenças diarreicas tendem a tomar contornos alarmantes devido ao consumo de água do rio Licungo, que neste momento está turva. O Centro de Tratamento de Cólera está a ficar lotado de pacientes. O distrito de Mocuba registou, no terceiro trimestre deste ano, pelo menos 384 casos de cólera e 4.718 de diarreias, contra 2.317 em igual período de 2014.

Foto de Cristóvão BolachaA viatura que transporta os tanques em alusão abastece primeiro o bairro mais crítico, Marmanelo, e, posteriormente, as restantes zonas residenciais. O mesmo carro desloca-se a locais estratégicos e o condutor chama a população para encher as suas vasilhas.

Na segunda-feira (02), foi a vez do bairro Central. Lá não houve idade nem género que quis ficar para atrás: crianças, adolescentes, mulheres grávidas, jovens e idosos correram em busca do precioso líquido. Um punhado de gente com recipientes que variavam de 20 a 50 litros escalou o sítio para suprir a crise.

A satisfação da população é de tal modo que, por exemplo, Ermelinda António disse que a iniciativa deve ser praticada sempre que a cidade estiver mergulhada neste sofrimento.

Para Casimiro Jamal, o governo local devia intensificar tais acções com vista a reduzir a amargura da população, que acorda bastante cedo para obter água nos poços artesanais e desembolsa entre cinco e 10 meticais para obter pelo menos um bidão de 20 litros.

No bairro Samora Machel, os utentes rejeitaram a iniciativa alegando que a água fornecida pelos tanques do governo serve para propagar as diarreias e a cólera no seio das comunidades.


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