O chefe da delegação governamental, no diálogo entre a Renamo e o Governo, José Pacheco diz que a existência de homens armados da Renamo, no País, “é uma irregularidade.” Este falava em conferência da imprensa, nesta Segunda-feira (20) em Maputo, após a terceira ronda negocial com a Renamo.
Com esta afirmação, Pacheco tentava justificar a ideia de que o Acordo Geral de Paz (AGP) assinado entre o Governo da Frelimo e a Renamo e que pós fim a 16 anos de guerra, estava incluso na Constituição da República de Moçambique e por via disso não fazia sentido que, hoje, o partido de Afonso Dhlakama invocasse a sua observância nas conversações com o Governo.
Pacheco, na altura, esquivou-se de confirmar a soltura, avançada pela imprensa, dos homens da Renamo ora detidos em conexão com os ataques do Muxúnguè. Este preferiu remeter a questão às autoridades que lidam com a matéria da Justiça no País. “Respeitamos na totalidade a decisão tomada pelos órgãos competentes nessa matéria,” disse Pacheco.
Recorde-se que aquando da apresentação da exigência, por parte da Renamo, da libertação imediata e incondicional dos seus membros presos em Muxúnguè, como uma das condições para que avançasse com o diálogo com a delegação governamental, esta última teria recusado e apelado a contratação, pela Renamo, de advogados para tais detidos.
O chefe da delegação do Governo reafirmou na altura que o diálogo, Renamo-Governo deve se basear no respeito pela Constituição da República e demais leis existentes. “Todas as questões devem ser discutidas à luz da Constituição,” disse.