Moçambique possui actualmente 1.400 unidades sanitárias, das quais somente 314, o correspondente a 20 porcento, é que possuem laboratórios clínicos, facto que concorre largamente para a redução da capacidade de diagnóstico de várias doenças, disse o Ministério da Saúde (MISAU), esta quarta-feira (11), em Maputo, na II Reunião Nacional dos Laboratórios Clínicos.
No encontro, realizado sob o lema “Para uma Melhor Gestão dos Laboratórios Clínicos”, a vice-ministra da Saúde, Nazira Abdul, disse que a área laboratorial é um factor importante para elevar a qualidade e sustentabilidade dos programas sanitários, assegurar a redução de doenças e mortes prematuras, dentre outras.
Nazira Abdul sublinhou dos 314 laboratórios clínicos de que o país dispõe, três são de nível quaternário, sete terciário, 40 secundário e 259 de nível primário.
A vice-ministra apontou ainda que a exiguidade de fundos alocados ao sector que dirige é o principal factor que concorre para ruptura cíclica de reagentes e consumíveis. No entanto, o grande desafio do sector passa por aprimorar a gestão de todo material laboratorial.
Para responder a esse desiderato foram criados mecanismos para auxiliar a monitoria do consumo de reagentes e consumíveis, através da introdução de um sistema de gestão e informação logística, que permitirá saber o consumo real de cada rede hospitalar, deu a conhecer Nazira Abdul.
A governante, desafiou o sector a encontrar soluções capazes de responder à procura dos serviços laboratoriais, melhoria do diagnóstico e gestão eficiente.
O director nacional adjunto para área da assistência médica no Ministério da Saúde, António Assane, disse que há disparidade na construção de laboratórios faz com que as províncias com grande densidade populacional sejam as mais prejudicadas, caso de Nampula e da Zambézia.
Nesse contexto, para melhorar o diagnóstico de patologias em todo o país é necessário que haja um trabalho coordenado, através da alocação de equipamento laboratorial, construção, ampliação e reabilitação de laboratórios para responder à demanda dos moçambicanos, disse a fonte.
Para efeito, serão ampliados e reabilitados cerca de 30 laboratórios estratégicos, dos quais 11 já foram concluídos, bem como a construção de 60 novas infra-estruturas até o final de 2015, o que poderá contribuir para colmatar o défice nos distritos.
Segundo Assane, a província da Zambézia necessita no mínimo de 15 laboratórios novos, Nampula 20 e Gaza, que regista altos índices de novas contaminações por HIV/SIDA, ainda não tem um número previsto.
O processo de ampliação e reabilitação de laboratórios vai consumir cerca de 80 milhões de dólares, valor que será disponibilizado pelo Governo e parceiros, acrescentou Assane.