A Associação Médica de Moçambicana (AMM) pondera dar por nulo e sem nenhum efeito o acordo celebrado com o Governo na base do qual pôs termo a uma greve de uma semana que dirigiu em Janeiro passado.
O argumento da AMM é de que o próprio Governo, por via da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) – pública –, é que deu o primeiro chuto no acordo, ao reprovar todos os finalistas estagiários que aderiram à greve.
Numa carta da AMM cuja cópia está em poder do Correio da manhã, a agremiação diz estranhar o silêncio do Ministério da Saúde em relação à medida tomada pela Faculdade de Medicina da UEM “que viola os termos do acordo” assinado para pôr termo à greve.
Hospitais sem médicos
A agremiação acusa ainda a Faculdade de Medicina da UEM de não ter conseguido formar nenhum estudante, em 2012, para este ano entrar em regime de médicos estagiários, “significando que nos próximos meses várias unidades sanitárias ficarão sem estes profi ssionais de saúde”.
Explica a AMM ser do interesse da Faculdade de Medicina adiar a licenciatura dos actuais médicos estagiários para continuarem como mão-de-obra barata, pois os seus ordenados são processados sem subsídios por não serem licenciados.
Diz ainda a AMM que nos últimos oito anos, a faculdade foi a que mais reformas curriculares registou, em número de quatro, estranhando o funcionamento em simultâneo de três currículos de formação médica, nomeadamente, o Clássico de seis (6) anos, Problem Based Learning (PBL) e o Clássico Ajustado/Regressado.
Queixas de estudantes
Alguns estudantes da Faculdade de Medicina da UEM contaram ao Correio da manhã que existem métodos de avaliação tidos como “subjectivos” e de discentes que frequentaram certas disciplinas semestrais há dois anos, mas até ao momento ainda não foram submetidos à avaliação final.