A Anglo American Platinum, maior mineradora de platina do mundo, vai despedir cerca de 1400 trabalhadores na África do Sul devido ao prejuízos causados pela greve que afecta o sector há três semanas, que inclui a paralisação da produção.
Os despedimentos deste ano seguem-se aos cerca de 7438 observados em 2013, quando a Anglo American Platinum (Amplants), reduziu as suas unidades de cinco para três no seu complexo mineral de Rustenburg.
"Ate ao fim deste ano esperamos cumprir com a medida. Caso existam vagas noutras minas da nossa firma os trabalhadores serão transferidos para lá", disse Chris Griffith, director da Anglo American Platinum na Africa do Sul.
Planos para o corte de mais postos de trabalho irão continuar gradualmente na medida em que a companhia mineira havia anunciado em 2013 que planeava despedir cerca de 14 mil mineiros.
Esta medida surge devido à perda de cerca de 1 bilião de randes em cada seis meses, em resultado das greves sindicais e pela pressão do Governo de Jacob Zuma.
Griffith fez saber na última egunda-feira (03) que a companhia havia recuperado ligeiramente devido ao aumento das vendas, aliado à baixa da moeda sul-africana, o rand. Disse ainda que o gigante da platina estava em vias de acumular cerca 3.8 biliões de randes nos próximos três anos mercê dos despedimentos nas minas de Rustenburg.
Pelos despedimentos do ano passado, a Anglo American Platinum, encaixou um total de 1.9 biliões de randes.
Refira-se que a greve, que dura há três semanas, foi convocada pela Associação dos Mineiros e dos Trabalhadores do Ramo das Construções (AMCU), o maior sindicato sul-africano nas três minas de platina, incluindo a Impala Platinum e Lonmin, que reivindicam um aumento salarial para 12500. Na ultima semana haviam rejeitado uma proposta de nove porcento.
Sob pressão
Entre as minas da Amplats que continuam a funcionar, destaque vai para as de Mogalakwena, que se localiza na província do Limpopo, no Zimbábuè.
Outra greve teve início nesta segunda-feira, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Ramo dos Metais (NUMSA), mas sem atingir as refinarias.
Segundo Griffith, a Amplats possui actualmente cerca de 400 mil onças de platina não refinadas, daí que poderá ainda fornecer os seus clientes por mais de oito semanas, mesmo sem as operações nas minas afectadas pela greve. Caso a companhia ceda às reivindicações do AMCU, ela terá gastos anuais orçados em 13 biliões de randes. "As partes estão a fazer o seu máximo para que se chegue a um consenso, mas quero acreditar que ainda viveremos dias de pressão".
Aumento do défice
Os ganhos de 2013 foram de 1.45 biliões de randes, correspondentes a 5.56 por acção, depois da perda de cerca de 1.5 bilião, divulgou a companhia num comunicado emitido esta segunda-feira, sendo que défice atribuído aos accionistas normais desceu dos 6.68 biliões de randes para 1.37 bilião.
"Esperamos que o mercado global da platina permaneça equilibrada num curto espaço de tempo, com o aumento do défice em médio termo, na medida em que a demanda excede a produção", lê-se no documento.
A companhia, que já tem disponíveis cerca de 2.8 biliões para o processo de encerramento de minas e do despedimento dos trabalhadores, conseguiu acumular dividendos graças à demanda de platina na produção de conversores catalíticos dos carros, para a redução da poluição ambiental.
O comunicado refere ainda que a platina refinada em 2013 foi de 2.3 milhões de onças. No ano anterior a companhia refinou cerca de 2.22 milhões de onças, planeando o aumento da sua produção de base de 2.3 milhões de onças para 2.4 milhões de onças de platina no presente ano.