O Comité de Verificação da Frelimo, órgão jurisdicional do partido no poder em Moçambique, confirmou nesta quarta-feira (5) ter recebido uma impugnação ao processo eleitoral para escolha do candidato do Partido às Eleições Presidenciais, segundo a agência Lusa o Comité adiantou que vai decidir em conformidade com os estatutos.
Na semana passada, foi tornado público um abaixo-assinado subscrito por parte de membros (seniores) do partido Frelimo, no qual denunciam e impugnam graves irregularidades que vêm sendo cometidas pelos órgãos centrais do partido, dos quais a Comissão Política, que chancelou os nomes de Vaquina, Pacheco e Nyussi como (únicos) pré-candidatos, não abrindo espaço para que sejam indicados outros. Na opinião destes membros, algumas pessoas ligadas à ala de Armando Guebuza estão a levar o partido à ruína, daí que urge salvá-lo.
Os signatários do abaixo-assinado afirmam que a indicação de Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyussi como pré-candidatos violou de forma grosseira os estatutos do partido, por isso exigem que a Comissão de Verificação analise e dê o seu parecer sobre o assunto.
Como explicam, o secretário-geral do partido, Filipe Paúnde, não tem legitimidade para dizer que já não há lugar para a indicação de mais candidatos para além dos propostos pela Comissão Política porque não se trata de uma decisão do partido, mas de um órgãos seu.
“Trata-se de propostas ou de decisão da Comissão Política. Não se trata de uma decisão do partido sobre uma lista exclusiva de candidatos a candidatos”, refere o documento.
A Comissão Política (CP) do Partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) convocou a III sessão ordinária do seu Comité Central para os dias 27 e 28 de fevereiro e 01 e 02 de março, num encontro a realizar-se na cidade da Matola, e do qual se espera que saia o candidato presidencial do partido às eleições gerais do próximo ano.
Até agora, a CP da Frelimo, que é liderada pelo atual Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, anunciou três possíveis candidatos: Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyusi, respetivamente, primeiro-ministro, ministro da Agricultura e ministro da Defesa.