Mais de 10 mil pessoas estão privadas do acesso aos serviços médicos em virtude do encerramento do Posto de Saúde de Julius Nyerere, há mais de um ano, na localidade de Inhazónia, no distrito de Báruè, em Manica. Os utentes contam, com bastante inquietação, que para terem acesso à assistência médica percorrem 32 quilómetros até à vila de Catandica.
O posto de saúde encerrado foi construído em 1979 pelo Governo moçambicano em parceria com a Cruz Vermelha de Moçambique (CVM). A população da localidade de Inhazónia narra ainda que não foi informada sobre a decisão de se encerrar as instalações nem sabe quais foram os motivos que concorreram para tal situação. Os utentes queixam-se ainda da falta de meios para deslocarem à vila de Catandica.
Segundo o líder comunitário de Julius Nyerere, Vasco Filipe, os Serviços Distritais de Saúde em Báruè não disponibiliza ambulância para a transferência dos doentes cujo estado de saúde exige maiores cuidados e a população não dispõe de fundos para pagar 1.000 meticais de táxi. “Em resultado disso, no ano passado, duas pessoas perderam a vida a caminho do Hospital Distrital de Catandica.”
Para além deste problema, os moradores de Julius Nyerere queixam-se de alegadas cobranças ilícitas na maternidade do Hospital Distrital de Catandica. “É obrigatório que as mulheres grávidas introduzam pelo menos 50 meticais nas suas fichas de atendimento para serem bem atendidas”, denunciou uma senhora.
O director distrital da Saúde Mulher e Acção Social em Báruè, Armando Castigo, explica que o posto de saúde em alusão foi encerrado por ordens do Ministério da Saúde (MISAU). Entretanto, no povoado de Julius Nyerere existem agentes polivalentes de saúde que, constantemente, visitam as comunidades e prestam serviços de saúde móveis.
O @Verdade entrevistou um dos agentes polivalentes daquela zona. Segundo ele, a assistência médica é feita de porta em porta e a dificuldade tem a ver com a falta de medicamentos. As doenças que apoquentam as comunidades são a malária e a diarreia.