Saudações, Jornal @Verdade. Somos moradores do quarteirão 37, no bairro Ferroviário, na cidade de Maputo. Gostaríamos, através do vosso meio de comunicação, de expor uma inquietação relacionada com as irregularidades fomentadas pelo chefe da nossa área de residência.
Quando apresentamos os nossos problemas ao líder do nosso quarteirão, ele fica indiferente e, por vezes, exige algum dinheiro para resolvê-los ou para fazê-los chegar ao secretário do bairro, principalmente às outras estruturas superiores a ele a nível da administração do Distrito Municipal KaMavota.
O senhor Jacinto Guidion estimula a desordem, a discórdia e semeia o ódio entre os vizinhos porque quando há um assunto que inquieta o grosso dos moradores junta um grupo restrito de pessoas para debatê-lo.
Estamos agastados com a forma de actuação da pessoa a que nos referimos. Jacinto Guidion é o líder do quarteirão 37 há seis anos mas nunca tomou a iniciativa de se reunir com a população para auscultar as suas preocupações. Quando são os próprios moradores que pedem um encontro para discutir determinados assuntos que dizem respeito à comunidade o chefe do quarteirão está sempre indisponível.
Na zona temos vários problemas relacionados com os cortes constantes de energia eléctrica e falta de água potável, por exemplo. O líder do quarteirão está a par disso, mas nada faz. Ele nunca agiu com vista a influenciar as instituições que providenciam os serviços sociais básicos a criarem melhores condições de vida na zona. Escolhemos um chefe para nos representar e trabalhar no sentido de desenvolver o bairro, mas os actos de Jacinto Guidion revelam um fracasso. Afinal qual é a função dele na zona?
Resposta
Sobre este assunto, o @Verdade contactou o chefe do quarteirão 37, Jacinto Guidion. Este negou todas as acusações que pesam sobre si, bem como a incompetência de que é acusado. Em tom arrogante, o visado disse que “essa gente só sabe falar mal da vida dos outros”.
O nosso entrevistado alegou que está sempre em contacto com os moradores mas nunca teve conhecimento das reclamações apresentadas ao Jornal, por isso, se as pessoas que ele representa se mantêm caladas é porque as coisas correm bem e não existem preocupações que possam fazer com que a comunidade convoque reuniões.
Jacinto Guidion negou igualmente que está a fomentar a desordem no quarteirão. Aliás, ele afirmou ter uma relação saudável com os moradores e estar sempre atento às suas inquietações. Todavia, “é difícil agradar a todos. Mesmo numa casa não agradamos a todos os nossos filhos do mesmo modo. Há quem não concorde com certas formas de procedimento em relação a determinados assuntos”.
Relativamente aos cortes de corrente eléctrica e à falta do precioso líquido, o líder do bairro disse que as empresas que prestam esses serviços já foram informadas e prometeram resolver os problemas em causa brevemente.
O nosso interlocutor disse que há necessidade de os moradores perceberem que a resolução ou não de determinados problemas num bairro não dependem da pessoa escolhida para representar a comunidade. Existem assuntos cuja solução só é possível com a intervenção de outras estruturas, tal é o caso da Electricidade de Moçambique (EDM), do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) e das Águas da Região de Maputo.
Jacinto Guidion admitiu, no entanto, que há questões que podem ser discutidas e resolvidas entre os vizinhos sem envolver outras partes. Todavia, é preciso que haja sempre diálogo e cada pessoa contribua de alguma forma para o crescimento e a felicidade de todos.