Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avôs e Avós
O mamparra desta semana é o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, que, como um menino menor que desconhece as causas dos fenómenos naturais, procura, sem recurso à defesa que o justifique, acusar a natureza de ser a “culpada” da fraca afluência aos postos de recenseamento.
Que se saiba, a chuva é um fenómeno meteorológico que resulta da precipitação de gotas sobre a superfície da terra, e em momento algum elas têm culpa em períodos de recenseamento.
A quem cabe marcar o calendário do recenseamento? Naturalmente que à Comissão Nacional de Eleições. A este órgão e aos seus líderes cabe a missão de organizar os processos eleitorais e de marcar as melhores datas.
Crendo nós que Abdul Carimo não vive noutra galáxia e tem domicílio neste país, incluindo as regalias a que tem direito por inerência do cargo, deveria ter escolhido uma outra época – menos chuvosa – para que os potenciais eleitores se pudessem recensear!
Essa desculpa não pode, de modo algum, ser imputada à chuva. Isso é desculpa de mau pagador. Nas autárquicas de Novembro passado, vimos a CNE cometer mamparrices do tamanho do globo terrestre, ao mandar imprimir, sem consultar, boletins que não lembram o diabo. Essa mamparrice, para ser corrigida, custou milhares de contos aos cofres do Estado.
O Concelho Constitucional já deparou com uma mamparrice da CNE, após esta ter mandado repetir o sufrágio das municipais de Gurúè sem que antes tivesse publicitado a deliberação em Boletim da República!!
Porém, lá está de novo no poleiro da CNE Abdul Carimo, com justificações esfarrapadas, a tentar justificar o injustificável.
Há dias, em Nampula, Abdul Carimo disse que “estamos a ter problemas com a afluência aos postos de recenseamento. Talvez tenha a ver com o hábito de as pessoas deixarem tudo para os últimos dias”.
Quem lhe garante que a fraca afluência tenha a ver com o hábito de as pessoas deixarem tudo para o último dia?
Terá, Abdul Carimo, o dom de conhecer o hábito dos moçambicanos e ainda não deu conta de que essa clarividência poderia ser útil noutra freguesia?
Oxalá os seus pares – os da PARIDADE – consigam nestes dias tentar travar a chuva para permitir que os eleitores se recenseiem... para que tenhamos, em Outubro, eleições transparentes, livres e justas!
Alguém tem que pôr um travão neste tipo de mamparices.
Mamparras, mamparras, mamparras.
Até para a semana, juizinho e bom fim-de-semana!